30.11.06

Top 50 portugal

Querem saber quais são os sites mais visitados pelos portugueses? Querem, hein, querem? Então, cliquem aqui.

Revver

It's Revver, and it's fuckin' hilarious!

Pensamento da tarde


"Float like a butterfly, sting like a bee."

Muhammad Ali.

E aqui, porque sim,

Querida Lu


O fio de ouro que me ofereceste não chegou a aquecer o peito. Fui miseravelmente roubado, e o pior é que nem me recordo de o ter sido. Só o sei porque também me falta o casaco e carteira. Provavelmente, terá sido uma mulher. Dalila, se não estou em erro.

Uma dessas gajas que de vez em quando visito (já sei que não gostas, mas, o que queres, estou só e sinto a solidão à flor da pele, tenho necessidade de calor, duma mulher) geralmente quando estou ébrio. E roubou-me, azar.

Na verdade, para não me lembrar de nada, nem sequer de termos feito o amor, é um daqueles casos em que o senhor Augusto do café diria que merecia ter sido roubado. (O senhor Augusto permanece igual a si próprio: é ainda e sempre do Benfica e palhas não palhas pergunta por ti, sempre guloso).

Do mal o menos, suponho que quando esta missiva te encontrar estarei vivo e de boa saúde, o que, como ela costumava dizer-me, ao deitarmo-nos chegadinhos, naquela vozinha cuja melodia nunca mais voltei a encontrar, “já não é nada mau, meu lobinho, meu lindo peitinho de tigre, és o mais bonito robino dos bosques que alguma vez vi, meu amor.”

Sinto falta. É quase como quando o filho da mãe do Vitelo me esmigalhou a perna; uma dor física, para lá do imaginável, um sofrimento, aquelas setenta e duas horas em que estive à espera do parafuso que teve de vir da América, e na espera as enfermeiras a acharem por bem – todos os dias, duas vezes por dia – mudar a roupa da cama e mexer com a minha perna estilhaçada. Foda-se, dói muito.

A dor até à morte. Ou até ao Inferno. O fim do Amor. E o sexo, o fim do sexo.

Íntimo, como só com ela podia ser. Minto, não digo a verdade, o sexo, como só pode ser, o sexo até ao Paraíso, o sexo que nos fazia renascer, o gosto dos seus lábios na minha boca ansiosa, a mão delicada com as unhas gentis arranhando os meus ombros suados, o sexo, o sexo que era amor e que não esqueço, malvado seja, malvado.

É assim que dói. E é também assim que morro, morro aos poucos, lentamente e em luta comigo mesmo.

Não gosto da mãe, nem tão pouco do imbecil da ovelha negra, embora se calhar devesse, pois ele é um Homem com H grande, mau grado as suas malfeitorias. Quase que nem gosto de ti. Desculpa, mas é a amargura do que sinto que me faz magoar-te deste modo.

Desculpa este estúpido desabafo, mas ela não me deixa, apesar de todos os truques fajutos que utilizo para a esconder de mim, ela não me deixa e ponto final. Já se passou tanto tempo e está sempre, sempre, Sempre, no pensamento.

É quando me levanto, ainda a meio a dormir, sinto no rosto o beijo travesso que ela me costumava oferecer, ainda eu estou embalado no seu regaço, ainda acaricio o seu ventre de fada; é ao acordar, que a sinto procurar as minhas mãos, beijando-as apressadamente, dizendo que tinha de ir mas que voltaria “lobinho”, e “sim minha rosa, amo-te.”, respondia eu e depois sobrava o leite com chocolate morno que ela preparara e que me fazia bem ao estômago e à disposição de vencer o dia; antes mesmo de sentir a vida e as suas exigências diárias batendo-nos à porta, Diabo!.. Merda! Puta que a pariu!

Sabes, é obra manita, sonho com a vida, com o futuro e desperto todos os dias a pensar no passado, a pensar nela. Essa cabra que roubou o meu coração, a minha alma, a minha vontade de falar contigo. Odeio-a. Detesto-a.

Do mau o menos, deixei o telefone, a máquina fotográfica e o relógio em casa, e isso não me gamaram. Horroroso, é a coisa dos documentos. Vai ser um dinheirão e um inferno de repartições a pedinchar segundas vias. (Sabes como são as coisas no nosso país). E um olho negro. Uma via Sacra.

Fora isso, estou bem, embora sinta falta de ti como não sinto falta de comer. Aliás, comer para quê? Não vais gostar mas faz dois dias que não como nada, nem um pedaço de pão, só bebo. Nem me apetece cozinhar, manita.

Hoje à tarde, adivinhando uma vontade adiada e com a segurança do pré no bolso, (sim, já recebi e estou bem de dinheiro) meti-me com a Ana. Recordas-te dela?

Era a feiosa do primeiro esquerdo. Mudou, fez-se mais mulher e está bonita. Não um naco, mas bonita. A propósito, já nem sei bem de quê, disse-lhe, e passo a citar-te: “Ó Ana, está muito bonita, se não fossemos vizinhos, cantava-lhe a canção do bandido.”

A questão, manita, é que nem a Ana me leva a sério. Acho que também ela não esqueceu a minha mulher, se é que ainda lhe posso chamar isso. Não passo dum reles poltrão, mana, e parece-me que todos os seres humanos com quem me cruzo o adivinham ao fim de duas palavras mal conversadas.

Ela faz-me falta. Isso é verdade. Até me roubam ou se calhar sou eu quem sugere aos filhos da puta o saque da noite, porque assim não desejo viver, e anseio pela morte que os cobardes dos cabrões que me roubam preferem não me proporcionar, os porcos.

Talvez seja só impressão mana, mas tenho para comigo a ideia de que não vou muito mais longe do que isto se ela não me quiser. E daí, talvez não. Como é aquele provérbio manhoso? O tempo, pois, o tempo.

Mudando de assunto, como te tem tratado a vida? O trabalho, continua a dar-te que fazer? E o teu homem, segue a cumprir na cama, ao menos? Um beijo ao meu sobrinho, já deve estar um magalo, suponho que te dê suficientes problemas, sem que tenhas ainda de escutar os desatinos do teu irmão,


Abraços e beijos para todos,

Lobo.

Porto, Campanhã, 16 de Abril de 1992.

Post com dedicatória...


Anda cá filha. Anda cá e... Ajoelha-te.

Isso, assim mesmo, filha. O quê? Nunca o fizeste?.. Tanto melhor, tá mas é caladinha e ganha aqui e agora uma ímpar experiência de vida. Oh, que bom, que bom, que bem que fazes... Ó bem que és uma mentirosa, filha, ó bem que és super-dotada... Que maravilha!..

O teu marido o quê? Quantas vezes já te disse para não falares de boca cheia?!? Deixa lá o corno do teu marido, só um grande imbecil mesmo é que deixava um traço como tu andar assim à solta com tantos lobos esfomeados e de dentes afiados sempre à espreita...

Anda cá ó filha, vem cá ao pai, filha, ajoelha-te, ajoelha-te e reza, reza...

Reza, que me deixas Rijo que nem uma Pedra!

29.11.06

Diálogos


- Muito lindo.

- Muito lindo?

- O teu quarto.

- Mas, tu não viste... é ainda mais lindo, é o meu mundo!

- Vi. Vi e provei as cores dos sons que vi. Vi pelos teus olhos.

- No sítio dos bibelots de loiça, tenho paus, pedras e folhas de árvore...
...O que te dizem as árvores?

- Não sei...

- Gostas?

- Gosto.

- Eu sou apaixonada por elas... confesso, idolatro-as...

- Então, ias adorar o campus...

- Porquê?

- ...com jardins verdes cobertos por folhas outonais, secas, que sussurram ao teu ouvido sempre que o vento sopra e as leva numa nova e breve viagem. Os caminhos estão guardados pelas sombras das árvores, por esta altura já nuas, testemunhas da passagem do tempo. Por vezes, ouves o corvo, sinistro, mas perspicaz, e vês o esquilo, esquivo, escondendo-se entre os arbustos. E tens o Big Joe, majestoso, que todos os dias badala, dizendo que estás atrasada ou que já se faz tarde, contemplando os seus súbditos.

- Leva-me lá...

- Á noite, o Big Joe ilumina-se, uma segunda lua, iluminando gentilmente um céu negro e sem estrelas, por entre a neblina. O campus escurece, tenebroso, os candeeiros acendem-se, e ficas entregue a uma curta chuva nocturna, onde a pouca luz brinca nos reflexos da água, para te saudar a cada passo.

- Leva-me ao campus....

- Acabei de to dar. Sonha-o e pinta-o como quiseres. É agora tanto meu como teu...





P.S.: Obrigado pela inspiração.

Blowjob Philosophy


Preface

I know what you’re thinking. I know precisely what you’re thinking my dear cultivated readers. You’re thinking: “This is it, last time I ever come here and read out what this degenerate wancker (who by the way is not getting any) has to say. Fuck him”, you’re thinking, and your immediate response is to turn back at once, faster than you can spell B-L-O-W J-O-B – never mind the Philosophy.

That taken out of the way, and although you’re almost completely spot on in your initial assumptions, I mean, I am, 110 percent degenerate, (there’s no denying it) ; I’m a wancker (but then again show me a man who claims not to be and I’ll show you either a eunuch or a liar); and I’m not getting any (who can blame me, after all, since my wife past away, I’ve only got one night stands to show for it, and as any shy person knows, you just don’t ask your partner to go down on you in your first and last fuck); but, I do, however, have something to say that might just as well be worth your time, dear XXI Century reader.

Let me assure you then, what you are about to read is a grave dissertation written on the apex of years and years continuously devoted to the task of applying Reason – reasonable argumentation – to the empirical study of the blowjob phenomena.

PS- After all, it’s only been a couple of months since my wife and her lesbian lover died. (Natural causes, so it reads)

A) First Thesis

A further understanding of the blowjob phenomena is quintessential to a further understanding of Human Kind and the ways by which Human Kind can attain happiness.

A.1) Terminological clarification

What do we exactly mean when we apply the composed word Blowjob? The word itself is strange and in want of enlightenment.

George Carlin says it’s actually a stupid word. The word blowjob is a euphemism – in his view. Carlin brings to light the incoherence of the physical and psychological act itself – and its written (spoken) representation.

In my view, Carlin is partially right. You don’t blow on a cock; you suck it, you lick it, you tease it, but you don’t blow on it; the word blowjob is plain and obviously stupid, and, what’s more, the subject of your blown up caresses might even get provoked into pneumonia or, what is worse, a virus. (Some scholars disagree with the last statement and I’m forced to concur: it’s been empirically proven that the probability of contracting AIDS from a blowjob is minimal).

Thus, for the sake of coherence and method, I shall refer to the blowjob as the Suckjob. The process by which man derives ultimate satisfaction, and love for woman sometimes arises.

Of course, there’s more involved in a blowjob, than mere sucking. Nevertheless, my distinction offers two advantages: firstly, 90 per cent of a good blowjob has to do with a good sucking; secondly, 90 per cent of its antonym has to do with a good licking. To be blunt and straight to the business at hand:

You suck cock

You lick pussy.

The terminological conclusion being, this essay will discuss the benefits of both the suckjob and the lickjob, combined, if you’d like to be euphemistical, in a Blowjob Philosophy.

B) Second Thesis

No human being will ever experience true intimate pleasure and complete peace of mind in life, unless the experience of a phenomenal blowjob (as clarified above) is
felt by the individual beings themselves; blowjobs are fundamental to the happiness and peace among human beings.

Do you know that story your parents told you about the prince and princess living happy ever after? Do you know why they were so happy ever after? (Please, don’t say ‘cause they were into blowjobs, or sixty-nines for that matter, even if you’re bright enough to know better).

Really, you don’t know why they were happy ever after, or do you?

One of the reasons that usually everybody tends to forget (the fate of all simple conclusions) – was ‘cause they were INTIMATE ever after.

B1) Terminological clarification

What does it mean to be intimate with someone? Tolstoy thinks of intimacy as a quality that belongs to those who are extremely close in a given period of their short life span, the case-study example in most of Tolstoi’s writings being the closeness between brother and sister.

I humbly disagree with Tolstoi. To put it bluntly, I love my sis and we’re intimate but there’s no absolute intimacy between us, ‘cause we don’t have sex, nor do we wish to have sex, primarily because we do not wish to destroy that fundamental parental link that binds us together.

Intimacy has to do with sex. Blowjobs have to do with sex, too.

The terminological conclusion is: INTIMACY is a state of life where an entity beyond, (one could think of Kant’s famous “hidden Nature’s intention”) is more powerful than you alone will ever be. Intimacy belongs to the realm of Philosophy, in the sense that it overlaps it; Intimacy is, strictly speaking, the action of belonging unconditionally to someone else, who in turn and unconditionally belongs to you too. Intimacy is pure carnal love.

C) Third thesis

There’s nothing more intimate than performing oral sex to your loved one.

C1) Terminological clarification

What does it mean to say that this or that person is “the loved one?” It is a matter of the greatest importance, since everybody in the world is on the look out for this particular goal, either you believe it or not.

The “loved one”, from Homer to Shakespeare, from Hamlet to Ulysses, has always been with us, in a subtle manner; it has been the leit-motif within the leit-motif of Human Kind’s history.

To discuss it is fairly like walking trough kick sand, but I’ll give it a go anyways; my past readings have thought me, no matter how much prejudice will guide us in this quest, such matter is not a simple matter at all.

To be intimate with a fellow lover, is to feel one’s boundaries under the shelter of one’s companion, is to be multiple as father is to mother and daughter is to great-great grand-mother without the existing parental relations; it is love in its most fabulous exuberance.

I believe the first writer to digress on the “loved one” was A. Camus.

Camus reconnected the debate when he reminded us of our basic loneliness – we are born alone and we die alone. It was him, who defined it in a more suitable fashion than most writers will ever do. The universal history of “the loved one” would be a mystical experience that would allow Human kind survival, by a method of falling in love.

In Camus view, the loved one is “the person whose footsteps are equally balanced with your own”, the loved one is the person who gives sense to existence; the loved one, alas, is the person who knows you better than you know yourself.

………………………………….

And so folks, before you go away with nothing but doubts in your minds, do yourselves a favour; when you get home tonight, embrace your intimate others and –

GET DOWN ON IT.

28.11.06

Pensamento da tarde


A preparar febrilmente o teste de logo para a cadeira da Fernanda A, releio atentamente os meus apontamentos e encontro, na lição relativa a David Hume, a seguinte anotação numa das margens do caderno: “There’s nothing about this woman i deslike. She’s perfect and when all this is over i’m gona ask her out.” Oh céus, deixa-me mas é avançar rapidamente para Hegel e Marx a ver se saco um grande notão e assim consolido, ainda que provisoriamente e no mundo estritamente romântico das minhas ilusões estudantis, o sincero desejo de ver recíprocas as minhas mais íntimas pretensões…

Pintura de Lord Frederic Leighton.

Sem Título



Estou neste quarto sozinho e sem sentimento. Outra vez sem sono, outra vez sem dormir, tento escrever algo. Não sei. Serena e tristemente a tua voz sopra-me ao ouvido o que quero escrever, o que devo escrever. A tua mão quente guia as minhas palavras, as linhas confusas que se desenham vagarosamente no papel. A minha memória é uma paleta de recordações indistintas e sem significado. De ti, lembro a dor e o sofrimento (mas no fundo sabes que há mais, há sempre). Lembro um mundo e uma vida ingrata face ao teu esforço, à tua luta! (não foi em vão...) Uma vida que nunca te tratou como merecias, que te usou e deitou fora (não me arrependo). Não há destino ou lição a aprender! Não há nada... Apenas o peso da tua dor e um ódio enfurecedor que tudo consome!... que não deixa espaço para mais...

A tua benção era eu (sempre foste tu). (Eras tu que me fazias lutar, que me fazias avancar, em frente, sem hesitar, de rosto erguido, sem medo. Por ti lutei...). Soube-o quando me disseste que nunca esquecesse que me amavas, o rosto distorcido pelo sofrimento... pelo cansaço... as lágrimas a rasgar o teu rosto...

Eu luto também: contra o ódio, contra a dor. E quero acreditar que velas por mim (estou sempre contigo). Mas, porque é tão dificil? (Não é) Porque não consigo? (Porque não queres?)

As nossas lágrimas transformam as palavras em borrões de tinta negra. Lentamente, levanto-me, sem respostas, sem caminho, arrasto-me até à cama, exausto, e vou dormir (dorme)... um sono sem sonhos (estarei a velar por ti). Já não sinto a tua alma guiar-me (estou sempre aqui, sempre estarei). Já não sei o que escrever... apenas sei o que sinto, e o que não quero sentir...

27.11.06

The Graduate’s Lesson



Dear Mrs Robinson

Let me start by telling you it’s been quite a troublesome forty-five minutes deciding if I should, or should not, write you this note.

My instinctive love for you whispered you wouldn’t understand and thereby never adress me again; I must admit, the prospect frightened me and it still does. Is this too much raw for you? Am I being too rough already?

On the other hand, my love and desire for absolute truth forces me to rest down these words onto this edgy corner of the blogosphere – Onto the so called O Lado Negro da Lua.

Anyway, since I’m already engaged in the middle of the (raw) proceedings, here’s out it begins:

Dear Mrs Robinson

You’re wrong. Totally, and, what’s worse, Mrs Robinson – oddly wrong.

Mrs R, there’s a saying in merry Ireland, a land where the grass is yellow green and the lassies are smart bright, that pretty much goes like this: Maradona good, Pele better, George Best.

The thing is, Mrs Robinson, I’m merely an enthusiastic of fine Arts, Mrs R, and you’re something different – a role model, Mrs Robinson.

In fact, I wouldn’t dare turn this into a post if it were otherwise.

Talking about that, listen to what I have to say as if I was saying something new that nobody had said before regarding a mild painkiller that you have to swallow either you like it or not.

Here’s the drill Mrs Robinson:

I strongly suggest you go back to your books, your comprehensive grammars, your massage parlour, your soon to be failed marriage, or what ever it is that you do when what you should be doing would be (…) about the misfortunes of applying a Portuguese criteria to the study of “Shakespearian” language.

Mind you, I’m not discussing Shakespeare me self Mrs Robinson; with grief corrupting my emotions and pain overlapping my reasoning I remind thee the poet’s final famous words: “Let us not burden our remembrances with a heaviness that’s gone.”

And thus, someday, who knows Mrs Robinson; we might even share a kiss in a Romeo and Juliet fashion.

Why not? Really, I would say there’s something here that is far beyond comprehension; mine, at least, but I’m drunk and I digress.

You see, there’s another saying – this one Lone Wolf's brand – that goes pretty much like this: You sleep ON the fuckin’ cushioned couch but you dress up IN the fuckin’ squared bedroom.

After reading this, Mrs Robinson, I suppose only a musical fragrance could cheer you up. Kind regards, I do love you very much and you’re one of my Best cronies. A Friend. When I remember you the same song always comes to mind, over and over again –



26.11.06

Simply the Best


"I spent a lot of money on booze, birds and fast cars - the rest I just squandered."

George Best, falecido há um ano. Música, em homenagem ao quinto Beatle.

25.11.06

Morte lenta


Vejo na televisão uma reportagem que dá conta da ocorrência de um estranho fenómeno lá para os antípodas. Nunca o Mundo foi tão pequeno e nunca a teoria do espirro do chinês me pareceu tão acertada. Ao que parece, centenas de icebergues estão a separar-se da Antártida e rumam a Norte, vindo desfazer-se já perto das costas da Nova Zelândia. Claro, o insólito da coisa prestou-se logo ao florescimento dum negócio que consiste em levar "turistas" a sobrevoar os ditos blocos de gelo e a, com sorte, capturarem nas suas maquinetas de filmar (digital reflex optical zoom 10 megapixels and so on) o momento exacto em que o berg se desagrega e se afunda no Oceano. Literalmente, eu acho que isto é mesmo "cool", ou "hot", se preferirem.

Música, maestros.

Haja respeito


Eu só quero mesmo é que me respeites e que não passes a vida a mandar-me à merda sem sequer te dignares a escutar aquilo que tenho para dizer. Estás-te absolutamente marimbando para mim. Estou farto, topas? Farto Rosinha. Farto até à ponta dos cabelos. Sabes que mais, respeito, foda-se, respeito e delicadeza, ao menos.

Se não percebeste escuta isto.


Até partir o carter


Vinte para o meio dia. Café Madeira (junto ao quartel da GNR)

Grande broa. Já não estava habituado a dar três de seguida mas, pelo visto, constato, lisongeado, não perdi o jeito. Nisto, uma mãe e um carrinho de bebé passam na rua deserta e as lágrimas soltam-se descontroladas dos meus olhos vermelhos. Assim. Sem mais.

Tenho que arrancar outra vez e não me apetece. Ora, foda-se. Pago a porra do café que me soube mal, acendo um paivante que me faz engasgar e mando mentalmente a dona Rosa à merda. E a mente enche-se de Balões, de preferência, noventa e nove balões vermelhos. Lembram-se da Nena?.. Quem é essa? Estes cruzamentos inter-textuais ainda acabam por dar cabo de mim.

Às três da tarde tenho de estar em Lisboa. Bute. O Xantia ainda está quente de ontem e hoje acho que o vou pôr a ferver. Dá-lhe gás, caralho! A A1 é para se fazer a 180. Com piso seco. Sem trânsito. Se Deus quiser. Ah, sim, e não se pode esquecer que, comigo ao volante, no toca fitas é a Rolar com o Rei na Auto-Estrada para o Inferno.

Foto Picasso

24.11.06

Pensamento da noite


A Rosa. Sempre a Rosa em flor. A vontade é pensar felino e ela surge. A Rosa, como diriam os meus amigos da japanese society, está aqui. Puta que a pariu.

6500 RPM à chuva


Coimbra. Vinte para as oito, Olivais.

Teso que nem um carapau, peguei no guito que sobrou, enchi o depósito e fiz-me à estrada no velhinho Xantia TD que os cotas queriam passar a patacos. Apesar do dilúvio, aguentou-se na ponta da unha e rolou a todo o gás pela A1 possuído ao mesmo tempo pela graciosidade do hipopótamo e pela robustez da gazela. E, o que é plus, a "green line" está a funcionar.

Chove a cântaros, chove desde que mandei Lisboa à merda e eu gosto. Melhor; eu não gosto, eu adoro chuva. Sobretudo pela rara oportunidade de escutar tantas gajas a proferirem, angelicamente, inocentemente, a minha expressão de gozo nelas favorita: "Estou toda molhada, todinha..."

Hoje a coisa rolou sobre rodas e em mais do que uma via. Comi prof e Trados e estou um expert em terminologia. Dificilmente até o próprio Helel, apesar dos progressos inimagináveis há uns escassos três anos, teria agora cilindrada no fluir da pena aqui para o Je. Manuais de aspiradores, tudo uma questão de manuais de aspiradores. Hoje, não dá pau. É sempre a abrir. O que me recorda que os pneus já estão secos e que até à casa do meu amor de Coimbra são só mais dois quilómetros.

Ora deixa lá ver se trago telemóvel. Ai as novas tecnologias, ai as novas tecnologias, o que seria de mim sem o portátil da velha e a respectiva ligação wireless - só para armar ao Almeida Garrett feito Tiago Monteiro antes do inevitável regresso by way of Mindelo?..

Cá tá o gajo. E bem. Tem saldo. Fixe. É tempo de vos dizer um cordial "até já", e ir curtir uma noite como já tinha saudades de curtir numa sexta feira chuvosa au Portugal.

Come d'habitude, aqui fica um som apropriado; em primeiros o Está a chover outra vez, e em segundos o mais melódico mas nem por isso menos apropriado Atingido por um raio. Auf Wiedersehen, hasta Lundi.

23.11.06

Ontem à noite


Ontem à noite decidi tentar algo que já não tentava há muito e que, da última vez (há uns meses atrás), correu excepcionalmente bem: escrever algo com uma grande moca (ou estala, ou pedra; como vos servir a carapuça).
Estava eu em casa, meia-noite e tal, acabadinho de chegar do campus, e, após uma conversa deveras estimulante sobre blogs e escrita com um velho amigo de Portugal, Braga, decidi dar uso ao meu cachimbo de água (a.k.a. Bongo. Novinho em folha, esverdeado, em acrílico, comprado numa loja local de Birmingham). Fiz a “sopa”, fui ao frigorifico buscar um iogurte (sabor: amora) e abri um pacote de bolachas (daquelas com pepitas de chocolate no meio da bolacha) que coloquei na mesa à frente da qual, dentro de minutos, estaria sentado a escrever.

Ora bem, abro a janela (não quero o meu quarto cheio de fumo) e constato que não está frio, nem orvalho, mas um grizo do caralho! Enfim, um pequeno sacrificio se quero, de facto, consumir a sopa que tão divinamente enfeita o meu cachimbo. Após a consumação do acto, sento-me imediatamente à mesa, a música a tocar, já alegre, pois sei que a ETA (Estimative Time of Arrival) da moca mesmo a sério será dentro de cerca de 20-30 minutos (que é como quem diz 1200-1800 segundos), altura em que já não estarei em condições de prosseguir com o libertador acto que é escrever.
É agora uma hora e quinze minutos (não sei os segundos). Pego na minha folha habitual para rascunhos, pego na caneta azul, pouso-a, e pego na preta (por motivos que desconheço, prefiro fazer rascunhos a preto). Título da minha primeira tentativa: Escritos de um analfabeto. Basicamente, tentei escrever um texto com um qualquer assunto sério e profundo, mas cheio de erros ortográficos e de pontuação. Não resultou. Não encontro um tema decente e se escrever como deve ser com a tola é dificil, escrever mal de propósito afigurou-se-me ainda mais fastidioso. Rapidamente desisto e passo para outra (embora seja um conceito interessante ao qual talvez volte um dia). Tive outra ideia: um texto sobre as razões que me levam a escrever. Hm... não. Revelou-se repetitivo e, na verdade, não consigo realmente dizer o que me leva a escrever. Risco o texto e passo à frente. Já sei! Vou escrever um poema. Infelizmente, sou totalmente desprovido da capacidade de escrever poesia e caí no erro inocente de pensar que, só porque não estou sóbrio, sou um grande poeta.

Não é verdade.

Abro um livro de um grande poeta português em busca de inspiração, Jorge de Sena, e percebo que não vai ser naquela noite que vou versar sobre alguma coisa.
Bah!, já só tenho cinco bolachas!

É o fim, já não estou em estado de escrever.

Deito-me, fecho os olhos e penso. E naquela altura devia ter-me levantado e escrito o meu poema. Entrei naquele mundo onde raramente entramos. É o mundo que está entre a realidade e os sonhos, entre os pensamentos e as acções, entre as formas e os conceitos. Perdido dentro do meu mundo, escrevo o meu poema, na minha mente, com o coração. De rajada e em um só gesto!... e dedico-to.
Adormeço, a música a tocar, a luz acesa, os versos a dançar em mim.
Hoje acordei. Ressacado, mas acordei. Tentei desesperadamente agarrar aquele momento de iluminação, tão claro ontem, hoje esquecido e perdido, guardado algures... em mim e em ti.

Bingo

Oito horas da noite. Lisboa, Alvalade.

Uffff..... Suspiro de alívio. Arrumo a casa de fio a pavio e, no interior de um livro que já me acompanha desde Glasgow, novinha em folha e ainda a estalar, uma nota de 50 libras. Amanhã, BANCO.

These foolish things

Hoje à tarde.

Na avenida de Roma. Duas matronas passam por mim a discutir o preço do azeite. Que aumentou, que está pela hora da morte, que assim não se pode. Entram no centro comercial e, ó espanto, a loja para onde se dirigem é uma sapataria da moda onde um par de sapatos não custa menos de 150 euros!

Em seguida.

No metro do Campo Grande. Três jovens adolescentes discutem acesamente um outro indíviduo cujo nome me escapa. Que é "um frustrado". Que é "um recalcado de merda" e que "não presta para nada", o "grande estúpido". Vê-se que falam de um colega da escolinha. Estou para lhes dizer que ao invés de o criticar tão negativamente fariam melhor, talvez, em tentar compreendê-lo, mas, ó miséria, já mudaram de assunto e discutem agora no mesmo tom aceso os morangos com áçucar!

Agora.


Na faculdade. Que Saudades de Birmingham! Que saudades de Glasgow! Aqui há só uma saleta com uns 30 computadores, uns 10 estão avariados e todos os outros ocupados com colegas que fazem tudo menos o que deveriam fazer: jogam às copas, falam no messenger, consultam as suas listinhas de Hi5, enfim, uma bosta completa. E à pala disso não tive tempo sequer para colocar as fotos que aqui desejava pôr. Fica para outro dia, que agora já é tempo de ir acabando este devaneio e ir fingir que aprendo alguma coisa com a boazona da Fernanda Mendes.

E olha, estas coisas idiotas, enfim, recordam-me de ti.

21.11.06

Mente desocupada


Às vezes pergunto-me se vale a pena; para onde vou? Para mim, o caminho sempre foi claro, sem encruzilhadas, sem obstáculos: estudar, trabalhar, tornar-me alguém. Mas, hoje, pergunto-me se alguma coisa valerá mesmo a pena. É certo que apanho as minhas bebedeiras, fumo as minhas, vivo as minhas pequenas aventuras, corro os meus riscos ali e acolá. Mas e depois? Ao fim e ao cabo, para onde caminho?

Que merda! São agora 2:15 da manhã, e só porque estou a ouvir a música errada são estas as palavras que correm da caneta. No fundo, palavras vazias de sentido que só levam a questões inúteis e desinteressantes. Palavras de um gajo demasiado sóbrio (há demasiado tempo!) que teve um dia chato e não tem absolutamente nada para fazer. Um gajo que gosta de complicar o que de mais simples há: a vida!

E a música mudou, é mais alegre, mais leve, mais despreocupada! E ponho um ponto final a este texto fracassado. Perdeu o interesse... E não sei bem se era isto o que queria dizer. Expressei-me mal, talvez... Sinto e não consigo dizê-lo.

Então, rio de mim mesmo... por ser tão jovem e fazer perguntas tão aborrecidas e sem sentido. Parece que já ouço um grande amigo meu dizer, com um sorriso trocista: “Ora, Helel, meu velho, tu precisas é que te façam uns broches!”

É incrível para onde voa uma mente desocupada...

19.11.06

Flower Vortex



Ontem à noite sonhei que eras uma flor e que te colhia num prado verde antes de te tomar nos lábios vermelhos e sorver as tuas lágrimas amarelas e te restituir num sopro de luz à vida verdadeira que só um beijo imaculado de amor branco nos pode dar. Hoje acordei vesti-me de negro à pressa nem sequer lavei a cara suja corri a uma famácia escura a comprar uma caixa de valium dourada; à noite quero sentir-te de novo em flor e ser engolido no vortex do arco-íris do sonho pois para mim o sonho é mais real do que a realidade alguma vez poderá ser. Toma. Dou-to. Sonha-o como quiseres. Eu, já posso morrer.

Fotos por Picasso.

17.11.06

Flew the coop



This is clearly the perfect post for a rainy Friday night. Will anybody join me and good old Frank for a drink?.. No? Oh, well, fuck it, I'll just have to go out and get laid with the first bitch who happens to cross my path. Have a nice Friday and don't forget to listen to what Frank has to say, it kind of helps swing the mood, if you catch my drift.

16.11.06

Sonho


Hoje sonhei! Sonhei que te perseguia, pela noite escura, pelas ruas húmidas e sujas, pelos caminhos tortuosos. Persigo-te e estou feliz! É instintivo, é puro! Sinto o teu medo, o teu coração ecoa no meu cérebro. Uma... Duas... Três... Nada interessa, só o prazer deste momento... Apanho-te, finalmente, encurralado, como um rato, à minha mercê, aterrorizado. E, sem perceber bem como, já te derrubei, e espanco-te com as minhas próprias mãos, incessante, ofegante, em êxtase! O teu sangue mancha a noite, a minha pele, os teus ossos estalam sob a minha força, a tua carne está viva (tão quente!), o teu sangue faz parte de mim, está em mim. Sinto-o! E não paro, não paro, não quero parar! E quero a tua vida, o teu último sopro, quero sentir-te morrer... e quero ser eu!

Não sei quem és. És um borrão de cores, de sangue e de liberdade... não te reconheço. Não me importo.

E acordei! Mas, não me sinto mal. Não foi um pesadelo; foi um sonho. Um sonho de ódio , de poder... de libertação. Sem remorsos, sem culpa, não foi real...

Fecho outra vez os olhos, tranquilo, na esperança de voltar a sonhar...

10.11.06

E ficou sozinho...


E ficou sozinho. A alma despedaçada. E não havia consolo, palavra amiga, sorriso condescendente que da alma arrancasse a mágoa, a revolta... o medo. E parte dele morreu por dentro, o espírito quebrado. “E agora?” – perguntou-se. “Como vai ser, agora?” E chorou, de tristeza, de frustração, de raiva, de tudo. De tristeza pela saudade, de frustração pela sua impotência, de raiva por noite após noite ouvir as suas preces desesperadas a um deus que não a ajudou, a quem pedia que lhe levasse o sofrimento. E ele também pedia... E sofreu, até ao fim, até que o sofrimento acabou. E ele ficou sozinho, perdido.
E o tempo passou, e ele voltou, à vida normal, aos amigos, ao futuro. Voltou a sorrir, a rir, de todas as coisas de que já antes se ria, algumas estúpidas até. A tristeza passou, foi passando, aos poucos, lentamente, disfarçadamente. Mas a raiva e a frustração ficaram, escondidas, encerradas, corroendo-lhe a alma, enegrecendo-lhe o espírito, para se transformarem em ódio. E hoje ele odeia. Odeia, apenas. Não sabe o que odeia. Porque continua a odiar?

Agora, vejo-o escrever estas palavras. Vejo-o, através dos seus olhos. Mas, não é ele. É outra pessoa. E dele só sinto pena, por estar preso a ele mesmo, por se deixar cair desta maneira, por as vezes lhe faltarem as forças para se levantar. Por ser fraco.

E hoje, mais do que nunca, precisa de uma luz, de um caminho. E pela primeira vez apercebe-se de que não pode fazê-lo sozinho, como até então acreditara. E quer ajuda, e pede ajuda. A quem? Não sabe.
Mas, está sozinho.