16.11.06
Sonho
Hoje sonhei! Sonhei que te perseguia, pela noite escura, pelas ruas húmidas e sujas, pelos caminhos tortuosos. Persigo-te e estou feliz! É instintivo, é puro! Sinto o teu medo, o teu coração ecoa no meu cérebro. Uma... Duas... Três... Nada interessa, só o prazer deste momento... Apanho-te, finalmente, encurralado, como um rato, à minha mercê, aterrorizado. E, sem perceber bem como, já te derrubei, e espanco-te com as minhas próprias mãos, incessante, ofegante, em êxtase! O teu sangue mancha a noite, a minha pele, os teus ossos estalam sob a minha força, a tua carne está viva (tão quente!), o teu sangue faz parte de mim, está em mim. Sinto-o! E não paro, não paro, não quero parar! E quero a tua vida, o teu último sopro, quero sentir-te morrer... e quero ser eu!
Não sei quem és. És um borrão de cores, de sangue e de liberdade... não te reconheço. Não me importo.
E acordei! Mas, não me sinto mal. Não foi um pesadelo; foi um sonho. Um sonho de ódio , de poder... de libertação. Sem remorsos, sem culpa, não foi real...
Fecho outra vez os olhos, tranquilo, na esperança de voltar a sonhar...
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