25.2.08

O Estado a que isto chegou



Ir para a rua gritar “Fascismo nunca mais” é não só importante como de bom tom e nunca é demais repetir. Ir para a rua gritar que temos um “governo fascista”, não só não é importante como é revelador de uma total ignorância da História ou, o que seria pior, de deliberada manipulação desta última.

Não se faz, muito menos considerando-se quem o faz. Isto é uma democracia, convençam-se disso, corja de professores confortavelmente instalados e devidamente promovidos ao nível máximo do vosso Princípio de Peter. Por ser um democracia é que podeis ir para a rua chamar-lhe nomes, cretinos, assim aviltando e contribuindo para a degradação do debate público, burros, ao mesmo tempo que nos dão a todos a justa medida das vossas competências pedagógicas, bando de demagogos patéticos.


23.2.08

Shall I kill him?


A história que vos vou contar tem início há muito, muito tempo, ainda a Europa não era Europa, e muito menos Portugal era Portugal, mas antes um pedaço de terra parte do império sob jugo muçulmano. Era o tempo em que os cristãos lutavam pelo seu lugar no berço do Ocidente, lugar esse que viriam a ocupar, a seu tempo. É a história dos Ben Shahar que eu, Francisco Ben Shahar, quero, finalmente, revelar e convosco partilhar o fardo.

Embora de longa ascendência, a história dos Ben Shahar ganha verdadeiro interesse algures no dealbar do século XIX, numa aldeola que dá, ainda hoje, pelo nome de Alguidares de Baixo, consta que fundada pelo famoso Duque de Alguidares de Baixo e de São Pedro, soldado de D. Pedro durante a guerra civil.

A história dos Ben Shahar é bem menos honrosa. Caído em disgraça, o general Ben Shahar – seu nome perdido nas páginas do tempo -, principal general das forças muçulmanas de defesa contra os primeiros ataques dos Cruzados, caíra em desgraça junto do seu senhor, um Xeque que não teve força suficiente para ver o seu nome merecer um lugar entre os grandes da História. Os cristãos venciam batalha atrás de batalha, coleccionando vitórias, territórios preciosos perdiam-se para as mãos ganaciosas dos infiéis, as rotas de comércio caiam irremediavelmente sob o controlo dos jovens reinos ocidentais e, ano após ano, década após década, os muçulmanos recuavam, incapazes de para sempre susterem os ataques dos Cruzados. Corria o século XI.

Retirada a sua honra, destituído das suas funções e, por fim, definhando em vergonha, obrigado ao exílio, o antigo herói do império foge para o norte, para terras europeias, só, em busca de uma vida votada à solidão e ao perpétuo ostracismo.

Porém, o desenrolar foi outro.

O velho general não tardou a estabelecer-se algures numa terreola sem nome, seca, inóspita, onde sempre o céu parecia plúmbeo, e por Alá desfavorecida. Ali, com as próprias mãos, construiu a sua casa e ali acabaria por conhecer a mulher que daria continuidade à descendência dos Ben Shahar. Era o local ideal, uma terra desconhecida de todos, um território que ainda lutava e ambicionava chegar a país, para o velho general estabelecer a sua ignota rota de comércio… de ópio. Desonrado e com as poucas riquezas que conseguira trazer consigo do recuante império, o antigo general não sentia dever nada a ninguém, nem ao império ao qual já não pertencia. Aproveitando-se dos conhecimentos adquiridos enquanto ao serviço do império, estabelecera uma das principais portas de entrada de ópio para a virgem Europa.

Os séculos correriam céleres e prósperos pelos Ben Shahar, naquele cantinho que, poucos anos depois, um tal de Afonso Henriques fundaria como Portugal, e no canto desse canto, o qual um tal de Duque de Alguidares de Baixo e de São Pedro baptizaria, decorridas gerações, já o velho general se fizera pó, Alguidares de Baixo.

Lentamente, a fortuna dos Ben Shahar crescera e esta, ao tráfico de ópio, começara a ser aplicada pelos vários descendentes do general a outros negócios, legítimos, desde agricultura a vários investimentos bem sucedidos nas colónias, embora as antíquissimas rotas do ópio se mantivessem activas e, com a passagem do tempo, se tivessem desenvolvido.

Porém, a verdadeira história começa com o meu bisavô, um simples mas modestamente abastado comerciante e produtor de vinho sintético, Miguel Ahmadinejad Ben Shahar, ainda Portugal recuperava da guerra civil e vivia os primeiros e tímidos passos do liberalismo. De muçulmano, Miguel já nada tinha, se não o nome. Embora não fosse de estirpe nobre e nem sequer lusa, o pai de Miguel pagara a alguns dos melhores colégios europeus para garantir a educação do filho. Após a morte do pai, Miguel herdou um negócio de séculos de idade: o tráfico de ópio. O seu pai aplicara o dinheiro em negócios mais tradicionais e trouxera ao nome da família respeito e boa reputação, principalmente, pelas suas férteis vinhas, que deram origem à produção de vinho sintético daquela região. Ainda um jovem boémio, apesar de responsável pela gestão da pequena fortuna e negócios da família, Miguel esforçava-se por conciliar a sua vida, muitas vezes sem sucesso, entre as responsabilidades e a noite boémia. Apesar de alguns desafortunados negócios perdidos á mesa das cartas, era um homem capaz e próspero e, no seu território, ímpar.

Pelo menos, até à chegada dos Solitário, aqui, terra a qual um recém-chegado duque, que se encontrava nas boas graças do liberal D. Pedro, acabou por baptizar Alguidares de Baixo, terra cujo nome original foi imediatamente apagado da memória de todos após a chegada dos Solitário, terra onde ainda me encontro e de onde relato esta história.

Estávamos em plena Regeneração, os franceses lá se tinham ido de armas e bagagens, o Rotativismo ensaiava os primeiros passos e no Casino um tal de Eça fazia furor. Tudo no ar augurava mudança. Nada seria como dantes. Mas, como a história se encarregaria de provar, os Ben Shahar estavam em Alguidares de Baixo para ficar.




«Shall I kill him?» talvez não continue, mas fica aqui um desafio.

21.2.08

Axiomático, sinto-me axiomático



Ours is not the business of corresponding to people’s moral-aesthetical codes, established behavioural patterns or even to meet people’s expectations. Neither is to pass judgment on those principles, attempt to exert control over them, or in anyway alter their superstructural continuation. Rather, our business is the one of perpetually thwarting people’s expectations, subverting their perceptions on the infrastructural level and thus somewhat piercing their superstructure, but without really puncturing it, at least apparently. The higher the degree of subvertion on the basic infrastructural level, that of pure perception, the better will we go about our business, properly speaking.

No matter how readers arrive, they must leave somewhat baffled and captive of a certain perplexity. It must be an enduring one for our business purpose, otherwise they will not come back, and our business will have been of no consequence. The more they come back and get hooked on being thus troubled, the more will our business prosper.

If our business is to be successful, however, we must also depend upon conventional, non-innovative, style tools. These have been laid out a long time ago, and seem to be more or less universal; meaning that without them no text shall ever serve any purpose whatsoever, much less will its impact on consumers be of any significance.

Cohesion, of course, is extremely important. And so is rhythm.

Nonetheless, our business must always be keen on I&D developments, experiments, seizures, ruptures and the kind. It’s been proven possible to express cohesion without proper grammatical cohesive mechanisms. The same holds for rhythm. Both notions can and have been endlessly manipulated in a way that they succeed in causing damage on the infrastructural level. And this process went into full gear in most fields of knowledge as early as the nineteen century. Of course, this also led the way to increasingly nihilistic approaches on businesses such as ours, who would culminate more or less after World War II in a flood of relativistic modern abstract artistic movements.

So, the goals of our business should be and sometimes are a combination of the art of bewildering with the probably most appropriated stylistic tools available to express it. This is not to say thar we are in the business of causing pain, but rather that ours is the business of disrupting the reader’s perspective, through the inducement of perplexity. The higher the degree of perplexity we instil on readers, the higher will we succeed in the prosecution of our business goals.


19.2.08

Coisas que odeio... hoje


1 – Professores franceses.
2 – Professores energúmenos (passe a redundância).
3 – Rede de transportes públicos da vila de C.
4 – Telemóveis com bom sistema de som em locais públicos com decibéis a mais a tocar kizomba.
5 – Proprietários dos referidos telemóveis.
6 – Lamaçal à porta de casa.
7 – TMN.
8 – «Bónus»
9 – Telenovelas
10 – Não ter um décimo factor para odiar, mas, também a noite até foi modestamente…fixe. Pronto… migalhas na cama.

Estas são apenas algumas das coisas que tornaram o meu dia tão especial. Hoje, odeio este conjunto de coisas e, certamente, amanhã continuarei a odiá-lo, sendo sempre uma lista em crescendo. O ódio não é como o amor. O amor é daquelas coisas que vai e vem, uma memória querida, um presente agradável ou uma ânsia que chegue. Já o ódio entranha-se em nós como o fedor nos ténis depois de um jogo de futebol. Por exemplo, odeio o ponto 1 e, por consequência, o ponto 2. Se sempre os odiei? Não, pois nem sempre existiram. No entanto, desde que me apercebi da sua existência que os odeio profundamente e tenho a certeza de que continuarei a odiá-los enquanto existirem. Assim, os ódios não vão nem vêm, antes acumulam-se e multiplicam-se como coelhos na época do cio, todos os dias, durante toda a vida. Penso, até, começar a elaborar um pequeno diário do que odeio, consultá-lo mais tarde com os netos e recordar-me desses ódios de juventude, constatando, não sem uma ponta de ironia, como continuam a ser actuais.

E vocês? O que torna o vosso dia tão especial quanto o meu?

17.2.08


Multiply it by infinity, and take it to the depth of forever, and you will still have barely a glimpse of what I'm talking about.

14.2.08

12.2.08

Pensamento da noite

I have an important message to deliver to all the cute people all over the world. If you're out there and you're cute, maybe you're beautiful. I just want to tell you somethin' — there's more of us UGLY MOTHERFUCKERS than you are, so watch out!
Frank Zappa

6.2.08

Shall I kill him?



Tenho uma confissão a fazer. É a medo que a faço. Não é fácil vir aqui e do nada revelar a minha mais mesquinha verdade. Mas ela não deixa de ser verdadeira e, se assim o é, mais vale que confesse tudo já - agora - do que continuar silencioso, vivendo na angústia que este segredo me provoca.

Eu, sim, eu, o Luís Lobo Solitário, moi méme, aqui o je, eu - eu vivo no campo. Não vivo em Bruxelas, nem em Marrocos, nem em Londres ou Paris, nem sequer em Lisboa ou no Porto, mas sim no campo - aqui - em Alguidares de Baixo.

E, o que é pior, apesar de ser um tipo viajado, um moço que já foi a França e à Rússia, é em Alguidares de Baixo, nesta quintarola lúgubre que os meus pais me legaram, que me sinto melhor, é para aqui que eu volto, ainda e sempre quando desejo sentir-me em casa.

Alguidares de Baixo é um terra bonita, onde se faz bom vinho sintético e onde as pessoas conseguem ser ainda menos simpáticas do que no metro de Lisboa em hora de ponta. São todos uns brutinhos em Alguidares de Baixo, mas nem sempre assim o foram.

A minha história, a história dos meus, começa no dealbar do século XIX, longe de Alguidares de Baixo, começa algures numa praia do Norte que ainda hoje ostenta o nome de Mindelo.

Esta história, a história da minha confissão, e a história de Alguidares de Baixo, começa lá atrás, ainda Alguidares de Baixo não se chamava assim; ainda Alguidares de Baixo era apenas uma terreola sem nome, até que, vindo das profundezas da minha árvore genealógica, surgiu o meu trisavô paterno: um soldado que subiu a pulso nas fileiras do exército de D. Pedro, um guerreiro que se bateu pela Pátria e que foi meu trisavô e, antes disso, Duque de Alguidares de Baixo e de São Pedro - o título que o Rei lhe conferiu, logo após os partidários do seu irmão Miguel terem sido vencidos e definitivamente enviados para o caixote de lixo da história. Uma chatice, mas não é dessa história que vos vou contar.

Tudo começou aí. O meu trisavô, um homem rude, um camponês feito soldado, general e por fim Duque, e de quem, reza a lenda, se dizia que até aos noventa anos, quando morreu, bebia cinco litros de vinho por dia e deitava duas minhotas por noite. Enfim, reza a lenda e eu, sei lá o porquê, acredito.


Foi ele o homem que pôs Alguidares de Baixo no mapa e é, em parte, por causa dele que aqui me encontro, ainda em Alguidares de Baixo, a escrever estas linhas, quase 200 anos depois.

O meu trisavô, se o julgarmos pelos parâmetros de hoje, era um homem mau. Para terem uma ideia de como ele via os seus semelhantes e o seu mundo, quando quis casar, foi ao Porto e comprou lá a sua mulher, a um nobre falido, pelo preço de cinquenta barricas de tinto, quatro juntas de bois e dois porcos: um macho pronto a cortar e uma fêmea prenha de quatro leitões cujo destino não ficou registado nos anais da história dos Solitário.

Dessa mulher, Dona Maria Vicentina, uma senhora austera mas justa, pia mas não beata, teve nada menos do que catorze filhos - treze raparigas e um rapaz, Dom Júlio Solitário, que mais tarde viria a ser meu bisavô.

O meu bisavô tinha noções esquisitas para o seu tempo. Fora mandado pelo pai estudar em Paris e de lá viera com ideias demasiado liberais para a época. Ao que consta, tinha gostos estranhos na escolha das suas amantes, dizem as más línguas que não escolhia amantes, mas antes os amantes e, apesar de herdeiro único da fortuna que seu pai amealhara, quase fora deserdado, ou não fosse meu trisavô um homem de sólidos princípios morais.


Estávamos em plena Regeneração, os franceses lá se tinham ido de armas e bagagens, o Rotativismo ensaiava os primeiros passos e no Casino um tal de Eça fazia furor. Tudo no ar augurava mudança. Nada seria como dantes. Mas, como a história se encarregaria de provar, os Solitário estavam em Alguidares de Baixo para ficar; para ficar até hoje, altura em que, finalmente, o último descendente dos Solitário, eu próprio, registo neste blogue a saga da família e em simultâneo o seu segredo e a minha confissão.


«Shall I kill him?» continua (talvez) amanhã.


5.2.08

Respect



I don't know what notions you guys have on respect, but I’m sure they're about to change. Respect is personal. Besides, within each person, notions differ with time. Even if they are big fat words such as respect, even if they don't change that much with time within the individual beings themselves, them being so stupid and so eager to conform, one thing I'm sure: they differ from person to person.

My notion of respect is different from yours and vice a versa and if that be so there's no fuckin' respect to start with and I hate that, I might even track you down and incarcerate your useless blog, hide it from site, hide it from you - just for starters. Got the picture? Either you respect these fuckin’ words or I’ll kill you. Is that understood?

Does this mean you cannot define respect? Maybe it does, but nonetheless I got a good definition for respect, if you take it as a verb: to respect someone or something is not to mess with it or her/him.

What does this mean? For instance, I take a cruise into some whorehouse (banal stuff for yours truly) and light up a cigarette just as I approach the bar, looking mean (whores dig that, come to think of it, not only whores but a whole bunch of women dig the man fatale routine). Now, the bartender, a nice guy fresh out Alguidares de Baixo, politely asks me to put it down.

The cigarette, not the act or whatever else might be straight unbending and up by then.

He says «it's not allowed to smoke» in the joint. Politely, I reply I will not put it out. Not 'cause it's giving me cancer, not 'cause I’m fed up with smokes, just cause the Alguidares de Baixo vigilante mentality does not suit my mood. I say to him that whores like my smoking act and since it works all the time I’ll not oblige by his request. Am I being unrespectful?

Remember, it's a whorehouse. It's not legit to start with. So the guy calls security (two ex-cons) and before I can have a final drag, there I go, out of the whorehouse for good - «And never come back, you unrespectable son of a... er... son of a respectable woman.»

Now, was that respectfully of him? Having me throw out, just like that, in front of everybody?

Sure it was. The guy was more than respectful, hell, he was a friend, come Xmas I might even buy him a pack of Marlboro’s!

You see, this schmuck just saved me at least 50 euros, (50 euros I couldn’t afford to spend on a lousy whore that could even give me AIDS) and, moreover, in those magnificent few moments, the guy from Alguidares de Baixo abided by the best definition I got for respect: to respect is to respect thy neighbour’s property. And so he did, even against my momentarily twisted will.

So, respect and property are deeply bounded. PROPERTY. Respect.

I guess I could go on and on, just trying to establish what property is and what is the nature of the relation between property and respect. But I’ll not dwell with it for much longer. First of all, you’re tired of reading this lame text of mine; second, I respect you. Third, I love the Blues. I love shades of grey mixing in the black and white of reality.

Now, the Blues, they ain’t got respect for nothing. The Blues are about deconstructing respect, while tuning it. It’s true. Don’t believe me?

Fine. Just have some, with or without respect:

Este blogue...









Não tem um pingo de decência...

Encontro marcado com a Laurentina


- Mas, sabes, a cerveja moçambicana é do melhor.

- Bem, Moçambique – 1, Portugal – 0.

- E estive numa praia paradisíaca mesmo. Vi centenas de caranguejos à beira mar e nunca tinha andado nem nadado tão debaixo do céu como neste fim-de-semana.

- Pois… hoje choveu. Felizmente, gosto de chuva.

- Nunca vi um céu como este.

- Aproveita-o bem, então, e escreve sobre ele, e sobre o mar e até sobre os caranguejos e sobre o sabor da cerveja. Quero saboreá-la ao lê-la, ver o céu nas linhas e sentir o mar nas palavras. Conto contigo para me mostrares Moçambique.

- Ok, comprometo-me com isso.

4.2.08

Searching for the heart of Monday




They tell me that in this world a remarkable citizen has gone of to India to buy himself a kidney. They tell me that somewhere in this world, a not so remarkable citizen who spent his life in camp in Palestine has gone off to blow himself in the company of a stranger. They tell me, and I don’t believe, that tonight a man, just a simple man, a man like you and me, got arrested, ‘cause he was buying drugs. They tell me, I don’t believe.

Do you dream in foreign languages? I sometimes do.

Are you into gambling? I like to gamble. I’ve been gambling all my life. Had some bad calls here and there, but so far so good. I smoke too, for medicinal purposes, that is. And I fuck, that’s another thing I like, not only for medicinal or gambling purposes, merely ‘cause I’m not that bad at it and as the song goes, I like it, I like it a lot.

Are you into foreign women? I am. Got this thing about redhead gals. No redhead gals in my country, though. That’s a bummer. Well, we got good Colombian weed, kind of makes up for that flop. And brunettes. We got tons of them bitches. Makes a man sick.

Now, you tell me: if I dream in foreign languages, i.e., I jerk off when I watch Madonna on the box, and I’m into gambling, i.e., I occasionally tell the old octogenarian sod living on the First Right Floor to go and fuck herself with a plumber’s fork, why is it I never got it off with a redhead gal? I mean, never, God forbid, never, God Almighty be my witness, never did I get it off with a redheaded woman!

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Fuck it, it’s Monday and I’m babbling in a language I don’t even know how to handle properly. God, I just wanted a redhead gal to start with. Is that too much to ask? Is it? Just a plain, slim, nice assed, firmly boobed redhead gal, to make me happy? Is it?

Damn. It’s not fair. The worse bit is I’m sure as hell I’m not gonna find her here. Then again, since I’m a gambler and I haven’t got much to lose, at least not here (but then this is not such a gamble, is it?) I say to all the redheaded gals who come here and happen to read these few honest words, I say to them, save me, from the deeps of my soul I say save me or else I’m able to write and guarantee that they can find their husbands somewhere else- but not here.

Isn’t it nice to play with words? It’s even nicer if you do it with words you’re not as familiar as those you play with every day, such as, for instance, your native language words. Shitless words such as boujour, aufwierdershen and boa tarde. Forgot about that, forgot all about those silly words that don’t mean shit, haven’t you? You forgot about all right, but guess who’s here to remind you?

You don’t really care about that, do you? Your identity is not made up of words, now, is it? Of course it isn’t, you’re like that sign some idiot had inscribed on the wall of a Faculty of Knowledge (bah, that’s a joke) a sign shouting to all those nice slick redheaded gals: “I’m not European; I’m a citizen of the world”.

Ah, words, lovely words, they came and go so easy. So easy. Words are like sluts. Words stand for nothing. Deeds, on the other hand, deeds are important. You can judge persons on their deeds – not on their words. There’s a thought of the night for you. There. Got something out of it myself. Who knows, might even get laid over them, those meaningless words I keep babbling.

Do you like to play with words? I sure do, if I didn’t, do you actually think I’d waist time writing this? Hell no, I’d be out in the city, preying on redheaded gals.

Ok, I got to hand it to you. If it wasn’t for you – I mean, you, the reader – Why should I write them in the first place? Ah, you got me there, maybe I just play with words ‘cause I like them and I don’t give a toss if you like it also.

Maybe that’s true. But let’s get back to the beginning, shall we? Gals… Sorry, wrong number. Starting from the beginning: Do you dream in foreign languages? Do you ever have the “feel” you belong somewhere else? Do you ever think of doing something about it while you avidly scroll down this text and hope you can find here – of all places!!! – Something that will bring joy, happiness, who knows, even meaning, to your washed up excuses for staying alive?

See, that’s just what I’m writing about. (Gals, beautiful slender redhead gals) You haven’t got a clue, have you? Let me enlighten you. As you scroll down the page pretending these words haven’t got an hold on you, yes, right now, you, and yes! People all over the world are being born (gals..) – some – and dying – (old farts) some others.

Now, isn’t that unfair? We’re all dead! They’re all dead! See? That’s what I’m writing about. In fact, I think I’m done writing. If you’re all dead, if all the gals are dead, why should I bother? Besides, I’m dead also.

It’s not me writing these words, my intellect has been taken over by Terminator 2. Son of a bicth, couldn’t be content with California, oh no, bastard had to come here, impersonate my beloved Vanessa and get his kicks out of telling you all words such as: “I love gals. Gals better watch out for me. I’m pussy eater. My next victim is already aligned.”

Pois.

And so, folks, have a nice death. I’ll try and do the same. See you in the afterlife, maybe. Nonetheless, since that’s such a big maybe, all redheaded gals who happen to read these words – hey babies, how are you? – the future is out here, and awaiting.


They tell me that in this world a remarkable citizen has gone of to India to buy himself a kidney. They tell me that somewhere in this world, a not so remarkable citizen who spent his life in camp in Palestine has gone off to blow himself in the company of a stranger. They tell me, and I don’t believe, that tonight a man, just a simple man, a man like you and me, got arrested, ‘cause he was buying drugs.

They tell me, he died in prison this night, he died in prison cause he got caught buying 50 dollars worth of cocaine this night. They tell me - I don’t believe.

Post-scriptum:

- E que tal um post no velho tasco?

- E que tens em mente?

- Sei lá, mexer com a cabeça das miúdas, baralhar-lhes as ideias, afinal, preciso de uma namorada no Norte do país.

- Sim, de facto!

- Boa! Anda preciso da tua imaginação, vá. Vá!

- Mas é uma mensagem para alguém em particular?

- Bom, se não for para a Matilde pode ser para a S.

- Oh? Quem é a Matilde?

- É o infinito, é a vida que se encontra para lá desta vida. É difícil definir o infinito.

- Hm... a Matilde bem que podia ser mais simples, como o fundo da garrafa de whisky. É que escrever para o infinito é meio complicado.

- Talvez. Simplesmente, a Matilde é bela – como nem as estrelas do sistema solar, ou o infinito do universo sideral alguma vez poderá ser. A Matilde É. Ponto.




Golpe de Estado abortado

Neste fim-de-semana, indivíduos mal-formados efectuaram um ciber-ataque a O Lado Negro Da Lua. Felizmente, foi possível contrariar os seus nefastos planos e devolver a normalidade a este blogue de referência. Isso dito,


Boa semana para todos!

3.2.08

Pensamento da noite


So, you are obviously the big dick. The men on the side of ya are your balls. There are two types of balls. There are big brave balls, and there are little mincey faggot balls. Now, dicks have drive and clarity of vision, but they are not clever. They smell pussy and they want a piece of the action. And you thought you smelled some good old pussy, and have brought your two small mincey faggot balls along for a good old time. But you've got your parties mangled up. There's no pussy here, just a dose that'll make you wish you were born a woman. Like a prick, you are having second thoughts. You are shrinking, and your two little balls are shrinking with you. And the fact that you've got "Replica" written down the side of your gun. And the fact that I've got "Desert Eagle .50" written down the side of mine... should precipitate your balls into shrinking, along with your presence. Now... Fuck off!
Blue Tooth Tony,
Snatch

2.2.08

The sting

I'm gonna get a clean cut shave and i'm gona get laid. It's saturday. I got the bucks i got the spirit and i got the moment. Plus, i got timing. Ciao.

O golpe do Francis

No dia em que Francis bateu a sua última cartada, no dia em que o fez com o fair play do jogador estampado no rosto e na casaca, na tarde em que se despediu dos vivos com um «até já» e se lançou de peito solto à sorte dos deuses da solicitadoria, à aventura da vida em slow motion, ao receio do «paga depois porque hoje não é dia», à conquista da sua última stand up fight, qual man alone against t’world, bafejando a atmosfera em redor com o sabor adquirido da convicção de um cão assustado cruzado com um gato horrivelmente encurralado, neste dia, por agora - sinto-me orgulhoso. Go.