28.6.07
Pensamento da semana
Pensei muito antes de escrever este "pensamento".
Originalmente ele ler-se-ia assim: "When the going gets tough, the tough get going; if they get tough enough, the going gets nice, smooth, easy." Mas isso não é verdade. Vezes sem conta, the "tough" passam-se dos carretos e só fazem burrices, como ontem, quando quase destruí uma amizade, que, creio, é para a vida toda. Mas isso também já está ultrapassado. Como diz uma amiga querida, (olá fofinha), "hoje é um novo dia!"
Assim sendo, o pensamento da semana é trivial e simples, consistindo apenas de duas palavras: "Tá limpo". Só isso, "tá limpo". É uma expressão que utilizo muitas vezes e que hoje, um amigo que creio ser para toda a vida, a repetiu citando-me: "Como costumas dizer, está limpo."
Preocupações, relatórios, defesa dos mesmos, glossários jerúdicos do Português para o Cantonês, exames teóricos, tudo isso, na verdade, "está limpo".
E agora, se me dão licença, vou tratar do mais importante: tratar de ser feliz. Um bom fim-de-semana para todos.
Ok. Há quem não goste do Louie. Para alguém, aqui vai uma opção:
26.6.07
Pensamento da noite
24.6.07
R.E. - Final update
E pronto. O cabrão do filho da puta do sacana do R.E. está acabado. E revisto (obrigado A., és uma querida e és competente, duas qualidades que não se encontram ali ao virar da esquina, uma coisa de que por vezes, por vezes, me esqueço).
Agora, só falta imprimir (tarefa filha da puta, com os anexos são para aí umas duzentas e cinquenta páginas a imprimir em duplicado), mas isso faço amanhã, entrego em seguida.
Espero que em O Lado Negro da Lua não se volte a falar dos R.E., mas sei que não vai ser possível. Faz parte das nossas vidas e ainda falta efectuar a defesa dos mesmos, não é isto verdade?
O relator, no entanto, compromete-se desde já a envidar todos os esforços no sentido de que a matéria não volte a ser aqui abordada.
E, já que o relator apresenta sintomas evidentes de distúrbios mentais; considerando-se de que se trata de uma pessoa extremamente complexa, dotada, inclusive, de dupla personalidade; tendo em linha de conta de que o relator habita num continuum espácio-temporal em que são sempre 13 e 13 da tarde e que nessa dimensão apenas tem por companhia um relator quase tão marado como ele; sou eu, o Lobo maluco, o vosso compincha, quer das horas boas, quer das horas más, quem escreve estas palavrinhas.
E é para vos dizer o seguinte: Sejam felizes, carago, sejam felizes ou façam por isso, façam um futuro bonito para vós e para quem vier depois e, acima de tudo, não desestabilizem!
Agora, só falta imprimir (tarefa filha da puta, com os anexos são para aí umas duzentas e cinquenta páginas a imprimir em duplicado), mas isso faço amanhã, entrego em seguida.
Espero que em O Lado Negro da Lua não se volte a falar dos R.E., mas sei que não vai ser possível. Faz parte das nossas vidas e ainda falta efectuar a defesa dos mesmos, não é isto verdade?
O relator, no entanto, compromete-se desde já a envidar todos os esforços no sentido de que a matéria não volte a ser aqui abordada.
E, já que o relator apresenta sintomas evidentes de distúrbios mentais; considerando-se de que se trata de uma pessoa extremamente complexa, dotada, inclusive, de dupla personalidade; tendo em linha de conta de que o relator habita num continuum espácio-temporal em que são sempre 13 e 13 da tarde e que nessa dimensão apenas tem por companhia um relator quase tão marado como ele; sou eu, o Lobo maluco, o vosso compincha, quer das horas boas, quer das horas más, quem escreve estas palavrinhas.
E é para vos dizer o seguinte: Sejam felizes, carago, sejam felizes ou façam por isso, façam um futuro bonito para vós e para quem vier depois e, acima de tudo, não desestabilizem!
Pensamento dos redactores
Acropoliza, filho, acropoliza, antes que os grupos de espertos fujam todos para a Grécia!*
*O pensamento da gerência de O Lado Negro da Lua não reflecte a opinião definitiva dos editores. Quaisquer dúvidas, recomendações, críticas, glossários temáticos, prontuários, referências a dicionários (especializados ou não) que os espertos, ou respectivas associações, uniões, coligações ou grupos no geral com que estejam envolvidos, desejem efectuar, devem ser remetidas para o director do departamento de Relações Públicas
A gerência:
Helel Ben Shahar
Lobo Solitário
22.6.07
Iá, suspiro, tá na boa, volto a dormir em 4dias
Ó, como é que é, vais safar a cena? Iá. Tens a certeza? Iá. Ó, como é que te chamas? Iá. Ó, curtes relatórios? Iá. Fixe, bué da fixe, eu também. Iá. ò, tens relatórios pra fazer? Iá. ò, tás com feeling? Iá. que tipo de feeling? Iá. Tou aver, tás bem, bacano, bué da bem, a vida trata-te bem, não é verdade? Iá. Ok meu, numa boa. Tens alguma cena a acrescentar?.. Iá. O quê? Ahem, ahem, iá. Diz lá meu... ò tb tou com feeling--- Tou com o feeling de que vou papar a cena toda e apresentar omais bonito r.e., o melhor r.e. de todos, é um feeling do caralho. Tens a certeza? Iá, podescrer. Mas a certeza a sério? épá, é um feeling meu, certezas só no céu. Ó,como é que te chamas? Iá. Iá? Iá, meu, é um feeling meu, os meus feelings batem sempre certos, não sabes isso, chavalo?.. Iá. Tens razão.
20.6.07
Estagia, filho, estagia!
Camóniú, sanóvabiche! Camóne beibi, a ver se me comes! Camóne Luís Vaz, amanda-lhe com as guidelines que eles já vão saber o que é meterem-se com um curso de linguistas! E zás: enfio-te os actos ilocutórios no John Searle! Zás: enfio-te a equivalência no Roman Jakobson! Zás: enfio-te a gramática generativa no Noam Chomsky! Zás: enfio-te as máximas conversacionais no Paul Grice! Zás: enfio-te a skopos theory translation no Hans Vermeer, e acabamos todos numa sardinhada à Teoria da Tradução, a estender o braço, meio Emma Wagner meio Andrew Chesterman, ok boss, tudo ok... Estamos numa porreira, meu, um trip fenomenal, proibido voltar atrás, viva a tradução... né filho? Pois, é irreversível, pois claro, irreversivelzinho, funcionalistas a dar com pau, nada será como dantes: agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra! Deixa lá correr os fonemas, homem, andas numa alta, pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Dicotomias, triângulos semióticos, pá! «A culpa é do relatório, pá! Esta merda do relatório é que divide a malta, pá! Pois, pá, é só paleio, pá, o pessoal não quer é trabalhar, pá! Razão tem o Saussure, pá!» «Olha: estás aí com uma ambiguidade lexical!» «Pois, pá!» «O que é essa variação diastrática que tens aí na página três?» «Epá, deixa-te disso, não desestabilizes, pá!» «Eh, faz favor: mais uma co-ocurrência marcada sem equivalente directo em português.» «Uma porra, pá, um autêntico desastre o relatório de estágio! Esta confusão, pá... a malta estava sossegadinha, dois testes por semestre, uma apresentação oral... Tá bem, essa merda dos exames, pá, bolonhas e o carago... mas no fim de contas quem é que não estudava, hã? Quantos marrões é que não havia nesta merda desta faculdade, hã? Quem é que não empinava? Quem é que fazia directas a estudar, assim mesmo, o que se chama estudar! Hã? Meia dúzia de estroinas, pá! Meia dúzia de estroinas que acabavam todos a fugir prós erasmus!... Isto é tudo a mesma carneirada!» Consolida, filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como a Floribella, não é filho? A cabra da Floribella entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais traduzir entretido, não é? Pois claro: ganhar forças, ganhar forças para consolidar… para ver se a gente consegue num grande esforço académico traduzir esta intraduzibilidade filha-da-puta, não é filho? Tu vais estagiando, estagiando, que ao menos agora pode-se estagiar - ou já não se pode? Ou já começaste a fazer o teu processo de bolonha tamanho familiar, hã? Pois claro! Anda aqui um gajo cheio de prontuários, a pesquisar no corpus, a aprender collocations - e depois? É só porrada e mal viver, é? «O menino não é licenciado», «o menino é estagiário», «o menino pertence a um curso superior sem futuro histórico». Entretém-te, filho, entretém-te! Deixa-te de bolonhesas, que a tua bolonhesa é o trabalho! Trabalhinho, porreirinho da Silva! E salve-se quem puder, que a vida é curta e o São Jerónimo não ajuda quem anda para aqui a fazer relatórios com este paleio de sanzala em ritmo de estágio camoniano, não é filho? Cada um que se vá safando como puder - é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer: traduzes em adequação nos textos literários; traduzes em aceitabilidade nos textos técnicos; e fazes adaptações em poesia. Que mais querem eles? Que traduzas a bíblia como o Lutero?! Era o que faltava! Eu quero lá saber deste paleio, pronto, vou mas é beber um copo! Eu quero que o relatório se foda! Bardamerda o relatório! O relatório é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio!
E agora com licença que tenho um relatório para redigir…
Com a devida vénia a José Mário Branco e ao seu fenomenal FMI
Foto: Picasso
17.6.07
Pensamento do dia
Curiosity provoked me to lay a lot of our country stuff on our predominantly black audience and some of our black audience began whispering "who is that black hillbilly at the Cosmo?" After they laughed at me a few times they began requesting the hillbilly stuff and enjoyed dancing to it.
Chuck Berry
Chuck Berry
16.6.07
Pensamento da noite.
Se há uma coisa que me desagrada e me chateia é ter de aturar visitas que não foram convidadas e que nem sequer tiveram a cortesia de avisar que me vinham visitar. E o que mais me fode é que, geralmente, essas visitas são pessoas que me são próximas, pessoas que supostamente teriam mais facilidade em reconhecer o que me incomoda e assim o evitarem, (já que me são próximas) do que se me fossem estranhas. Aliás, raro é o estranho que me visita sem primeiro me perguntar da conveniência dessa visita. Disto só retiro duas conclusões: ou as pessoas que me são próximas, afinal, não me conhecem sequer, ou estão-se a cagar para o que me incomoda, o que vai dar ao mesmo. Assim, não tenho vontade nenhuma de que essas pessoas me continuem a ser próximas. Mil vezes que me sejam estranhas; ao menos, regra geral, os estranhos não me vêm foder a mioleira à minha própria casa de lobo solitário, e friso o solitário, quando o que eu mais desejo é paz e sossego.
Boa noite.
PS - Ok, adivinharam, estou uma beca fodido com o meu velhote, isto de me aparecer em casa sem pré-aviso às sete da manhã... Mas pronto, pais não se escolhem, agora amigos e mulheres, aí já é muito diferente.
Boa noite.
PS - Ok, adivinharam, estou uma beca fodido com o meu velhote, isto de me aparecer em casa sem pré-aviso às sete da manhã... Mas pronto, pais não se escolhem, agora amigos e mulheres, aí já é muito diferente.
15.6.07
14.6.07
Até logo
Bom, acabou-se a brincadeira. Acabou-se o retiro e A 13 Hora volta em Julho. Vou até a lx, ver se faço pela vida, tem de ser, por muito que me custe. Amigos e amigas, (100 palvras para os (as) idiotas) aqui vos deixo um cordial fairwell (eu gosto de vocês). E façam o favor de tentarem ser felizes, diabo!
A 13ª Hora – VII
No Universo há um balanço cósmico. Nenhuma má acção passa sem retribuição. Todos os homens estão condenados a serem eternamente julgados pelos seus actos irreflectidos. Olívio é um matador. Quase que se poderia dizer que gosta da sua profissão. Hoje, vai aprender que nada escapa ao Criador. Hoje, Olívio vai matar de novo...Ou talvez não. A única certeza, é que tem contas a ajustar no outro mundo. Como e porquê? Só saberá ao ler o capítulo VII de A 13ª Hora...
13.6.07
Nota interna
Ó, não sentes a pressão a aumentar cada vez mais?.. A avolumar-se inexoravelmente?... A ampulheta do tempo a esgotar as tuas opções?.. Faltam só dez diazitos para o momento do juízo final... Deste lado, vai tudo muito, muito fraquito, mas qualquer coisa me diz que num último tour de force aindo acabo por vos comer as papas na língua a todos... Piramiza, Helel Beh Shahar, piramiza! Piramiza antes que as chatas fujam todas outra vez para Macau, AhAhAh!
The God delusion
Ando a ler um livro excelente acerca da ideia de deus, das raízes da fé e da natureza da religião. Estou a gostar tanto que um dia destes ainda me passo da cabeça e o traduzo. Chama-se The God Delusion e é assinado por Richard Dawkins. Atentem neste excerto:
"Christianity, just as much as Islam, teaches children that unquestioned faith is a virtue. You don't have to make the case for what you believe. If somebody announces that it is part of his faith, the rest of society, whether of the same faith, or another, or of none, is obliged, by ingrained custom, to "respect" it without question; respect it until the day it manifests itself in a horrible massacre like the destruction of the World Trade Center, or the London or Madrid bombings. Then there is a great chorus of disownings, as clerics and "community leaders" (who elected them, by the way?) line up and explain that this extremism is a perversion of the "true" faith. But how can there be a perversion of faith, if faith, lacking objective justification, doesn't have any demonstrable standard to pervert?"
Faz pensar, não faz? É pena que tão poucas pessoas pensem sobre esta matéria, mas, também, como disse Bertrand Russel, ainda no tópico da fé, "many people would sooner die than think. In fact they do."
E vocês, o que é que andam a ler?..
"Christianity, just as much as Islam, teaches children that unquestioned faith is a virtue. You don't have to make the case for what you believe. If somebody announces that it is part of his faith, the rest of society, whether of the same faith, or another, or of none, is obliged, by ingrained custom, to "respect" it without question; respect it until the day it manifests itself in a horrible massacre like the destruction of the World Trade Center, or the London or Madrid bombings. Then there is a great chorus of disownings, as clerics and "community leaders" (who elected them, by the way?) line up and explain that this extremism is a perversion of the "true" faith. But how can there be a perversion of faith, if faith, lacking objective justification, doesn't have any demonstrable standard to pervert?"
Faz pensar, não faz? É pena que tão poucas pessoas pensem sobre esta matéria, mas, também, como disse Bertrand Russel, ainda no tópico da fé, "many people would sooner die than think. In fact they do."
E vocês, o que é que andam a ler?..
12.6.07
Pensamento da noite
A 13ª Hora – VI
Conheça Olívio, um cigano com princípios morais e religiosos, ex-comando em África, ex-contrabandista, um homem leal e honesto, assassino. Ainda ontem, despachou três putas para o outro mundo. Hoje, vai abrir fogo sobre um gajo que não conhece, mas que lhe parece familiar. Quem? Só o saberá ao ler o capítulo VI de A 13ª Hora.
Pensamento do dia
Depois de 10 anos de estudos, pareceres, avanços, hesitações, recuos, toneladas de dinheiro bem e mal gasto, quando finalmente o governo se preparava para anunciar a abertura do concurso internacional para a construção do novo aeroporto... Resolve-se que é necessário estudar tudo mais um bocado e a ver vamos se não são mais 10 anos de "estudos" que para aí vêm. Ora, que se lixe, bardamerda com o aeroporto que os ventos não estão de feição para quem anda para aqui a encher posts com este paleio de vôo intercontinental em ritmo de queda livre acentuada. Entretenham-se a estudar, entretenham-se a estudar, cabrões de filhos da puta de estudiosos do caralho do aeroporto que vos foda a todos.
11.6.07
A 13ª Hora
Um jornalista desempregado e cínico, uma puta bonita e sensível e um homem de pele cor de azeitona com um sorriso cruel. Encontraram-se todos num bar, ali ao Cais do Sodré. O que os une? Eis algo que só saberá ao ler o capítulo V de A 13ª Hora.
Pensamento do dia
For better and (especially) for worse
… I never really loved Judy. She was a bit dumb, actually. Judy was an easy-going gal, a simple mind that saw marrying a writer as the ultimate goal, the greatest achievement for her dull, uninteresting life.
She was soon disappointed, however. As you’ve probably noticed I was never a good writer nor would ever be. To that you can add that, if not lazy, I’m at least indifferent to what happens around me. And Judy was far too much stupid for me to care about her needs. She would want this or that, she would complain about this and that, she endlessly nagged and nagged like the obtuse cow she indeed was. I couldn’t care less. Whenever I was at home, and I spent most of my time there, I would sat down on the living-room sofa and completely ignore her peskiness; just watched TV or played with my lap-top. Sometimes she would turn the TV off and would bark out loudly: “Answer me! Answer me!” Of course, I wouldn’t and instead would light and smoke a cigarette because I knew how much she disliked smoking indoors.
After a while she finally grasped the connection between smoke and TV and stopped turning it off. She would nag herself into a trance and that would make me smile and she would cry and eventually, although not often, I would go and comfort her – you see, I didn’t want her to rebel; from time to time I had to throw her a bone or two.
Then she started drinking, and that I really enjoyed. I just loved to tease her and taunt her when she was drunk. She would start crying and sobbing that “I didn’t love her”, to which my usual response would be in the line of: “For once you’re saying something intelligent Mrs Wolf, how did you manage?” Or, “Love you? I couldn’t love such a putrid piece of foul animal meat as yourself”. These clarifications would invariably bring more crying and sobbing to which I would respond by feeding her with extra alcohol, until she would collapse to sleep.
Sometimes I also enjoyed slapping her around or fucking her hard and deeply humiliating her in the procedure, abusing her with the filthiest language I might possible came up with, mortifying her as much as I could …
10.6.07
Pensamento da noite
Vino in Lisbon
First Sequence: The title in white on a black background. Then, a panoramic shot through old Lisbon, (Alfama), and, in subtitles, the words: “Lisbon, early 1941.”
The camera gets to a narrow street, one can see that it is the afternoon, [light check] January, although it is not raining, the sky is covered with clouds, and there is a sense of general gloominess. The streets are empty, you can only see an old women dressed all in black, an old widow, walking with no purpose.. The camera stops at the entrance of a café, the viewer can see a board on top of the entrance, the board reads: “Café Lisboa”. Time for sequence: 30 seconds.
Second sequence: Inside the café: a long bar, about seven meters long. Behind the bar there is a man, he's short, 5 foot 6 short. He has dark hair, a moustache, a typical white shirt, black trousers and a classical apron. Very latin looking, in the worse sense. He is cleaning glasses with a piece of white cloth though stained with grease. The camera pans to the inside, the rest of the café is of a rectangular shape, about 10 meters by 3. There’s wood, marble and mirrors. There are five tables, each with four chairs with red leather, but the place is completely empty: time for sequence: 15 seconds.
Third sequence: A bell goes at the door, and a young blond woman wearing a bizarre outfit [make it purple] comes in, looking shaky, nervous. She is very sophisticated. She goes to the bartender:
“A glass of red wine, please”
“Como? No speak English, senhora…”
“A glass of red wine!” - she replies impatiently.
“No falar English, madame!” he excuses himself.
“All right, all right”, she mumbles, more to herself than anyone else, and says: “Uno copa de vino tinto, por favor!”
“Ah, vinho tinto!” he answers and proceeds to get a dusty bottle, a dirty glass and pours the wine. The sophisticated woman puts the expected amount of money on the counter, sits down by the nearest table, zips a bit of the drink with shaky hands and looks at her wrist watch. The bartender goes back to his glass cleaning. Time of sequence: 30 to 40 seconds.
Fourth sequence: Again the bell goes, the bartender proceeds to open the door and this time a man comes in. He is older than the woman, you can almost instantly realize that he his foreigner. He has about 35 to 45 years old and is that kind of man that has been around the world. You can see this because of his clothes and his odd manners. Discreetly, he goes to the bar and asks with a strong English accent:
“Um copo de vinho tinto, por favor.”
The bartender smiles, pours the wine. The man pays, and we can sea by the way the bartender looks at the money that he is in someway abset. Probably because there is no tip. The man goes to the table, smiles at the women and says:
“It is cold in Alfama”
The woman replies: “It’s even worse in Rossio.”
The man, [lets call him Frank] pulls a chair and sits down. A little nervous, she starts whispering: “What happened, you are late, I was worried.”
He interrupts: “Watch out, the bartender, he might hear us.” She replies: “Oh there is no problem with that, the poor little man can’t speak a word of English. I believe he can’t even speak his own language properly. None of them can.”
“Are you sure?” he asks
“Yes, dead sure, positive,” she replies. “I hate this country, it’s…depressing.” She comments.
“Ok, would you prefer France?” he says, nodding, pausing and zipping the drink before proceeding: “We are still on. It’s going to be tomorrow night at ten. Our contact in the German embassy is ready and will pass us the documents then.”
“Where?” the woman asks
“That’s the tricky part, it will be in the Embassy courtyard…” he answers.
“Are you crazy?” She says nervously. “If they caught us the Gestapo will torture us and have us killed…” She says in a whisper that echoes in the silence of the café.
“Don’t worry, our contact has a perfect cover story, and besides we will only be inside for 10 minutes. Don’t worry, you know the cover story, it’s perfect, they will never suspect.” he states firmly.
“I’m afraid, Warren.” she says.
“Don’t Susan, its fine. Everything has been prepared properly. [pause] Lets go. We will leave together and part outside.”
End of forth sequence.
They stand up, get outside and start walking. The camera follows as they part. It is darker but not night yet. They part without a word. The camera covers the back of the man walking up the street. In the foreground, there’s the sound of a cat miauing and of dog barking. Another shot on the back of the woman, the clip/clpap of her black shoes until she turns a corner and disappears. The clip/clap echoes. The sound of a car. A final shot on the entrance of the café with the board “Café Lisboa”. Time for sequence: 2 minutes approximately.
Fifth sequence. The camera shows the two glasses at the table of the café. Total silence. The bartender collects the glasses, takes them with him behind the counter and starts to wash them at a sink hidden from camera view. He looks at one of the glasses, notices that it is stained with lipstick, and mumbles:
“tse, tse, tse, tse....”
He washes the glasses. Gets a cigarette from a pack with the visible brand of “Português Suave”, and lights it. Takes a long drag and smiles, restored. Puts the cigarette on an ashtray. Picks up the cloth and cleans the glasses up. Puts them down at the counter and reaches for a black phone. He dials a number. We can hear 3 rings. Then, someone picks up, and the bartender says:
“German embassy? Get me Herr Schmitt, of the Gestapo office; I have the most valuable information.”
The End
Ufa. Tá esgalhado o argumento, a ver se mo pagam. E, já agora, ó, tu, na sequência da conversa que tivemos no outro dia, isto é um dare, topas? Como é, vamos desestabilizar esta porra e pôr o Lado Negro in motion?
YOU HAVE BEEN DARED.
The camera gets to a narrow street, one can see that it is the afternoon, [light check] January, although it is not raining, the sky is covered with clouds, and there is a sense of general gloominess. The streets are empty, you can only see an old women dressed all in black, an old widow, walking with no purpose.. The camera stops at the entrance of a café, the viewer can see a board on top of the entrance, the board reads: “Café Lisboa”. Time for sequence: 30 seconds.
Second sequence: Inside the café: a long bar, about seven meters long. Behind the bar there is a man, he's short, 5 foot 6 short. He has dark hair, a moustache, a typical white shirt, black trousers and a classical apron. Very latin looking, in the worse sense. He is cleaning glasses with a piece of white cloth though stained with grease. The camera pans to the inside, the rest of the café is of a rectangular shape, about 10 meters by 3. There’s wood, marble and mirrors. There are five tables, each with four chairs with red leather, but the place is completely empty: time for sequence: 15 seconds.
Third sequence: A bell goes at the door, and a young blond woman wearing a bizarre outfit [make it purple] comes in, looking shaky, nervous. She is very sophisticated. She goes to the bartender:
“A glass of red wine, please”
“Como? No speak English, senhora…”
“A glass of red wine!” - she replies impatiently.
“No falar English, madame!” he excuses himself.
“All right, all right”, she mumbles, more to herself than anyone else, and says: “Uno copa de vino tinto, por favor!”
“Ah, vinho tinto!” he answers and proceeds to get a dusty bottle, a dirty glass and pours the wine. The sophisticated woman puts the expected amount of money on the counter, sits down by the nearest table, zips a bit of the drink with shaky hands and looks at her wrist watch. The bartender goes back to his glass cleaning. Time of sequence: 30 to 40 seconds.
Fourth sequence: Again the bell goes, the bartender proceeds to open the door and this time a man comes in. He is older than the woman, you can almost instantly realize that he his foreigner. He has about 35 to 45 years old and is that kind of man that has been around the world. You can see this because of his clothes and his odd manners. Discreetly, he goes to the bar and asks with a strong English accent:
“Um copo de vinho tinto, por favor.”
The bartender smiles, pours the wine. The man pays, and we can sea by the way the bartender looks at the money that he is in someway abset. Probably because there is no tip. The man goes to the table, smiles at the women and says:
“It is cold in Alfama”
The woman replies: “It’s even worse in Rossio.”
The man, [lets call him Frank] pulls a chair and sits down. A little nervous, she starts whispering: “What happened, you are late, I was worried.”
He interrupts: “Watch out, the bartender, he might hear us.” She replies: “Oh there is no problem with that, the poor little man can’t speak a word of English. I believe he can’t even speak his own language properly. None of them can.”
“Are you sure?” he asks
“Yes, dead sure, positive,” she replies. “I hate this country, it’s…depressing.” She comments.
“Ok, would you prefer France?” he says, nodding, pausing and zipping the drink before proceeding: “We are still on. It’s going to be tomorrow night at ten. Our contact in the German embassy is ready and will pass us the documents then.”
“Where?” the woman asks
“That’s the tricky part, it will be in the Embassy courtyard…” he answers.
“Are you crazy?” She says nervously. “If they caught us the Gestapo will torture us and have us killed…” She says in a whisper that echoes in the silence of the café.
“Don’t worry, our contact has a perfect cover story, and besides we will only be inside for 10 minutes. Don’t worry, you know the cover story, it’s perfect, they will never suspect.” he states firmly.
“I’m afraid, Warren.” she says.
“Don’t Susan, its fine. Everything has been prepared properly. [pause] Lets go. We will leave together and part outside.”
End of forth sequence.
They stand up, get outside and start walking. The camera follows as they part. It is darker but not night yet. They part without a word. The camera covers the back of the man walking up the street. In the foreground, there’s the sound of a cat miauing and of dog barking. Another shot on the back of the woman, the clip/clpap of her black shoes until she turns a corner and disappears. The clip/clap echoes. The sound of a car. A final shot on the entrance of the café with the board “Café Lisboa”. Time for sequence: 2 minutes approximately.
Fifth sequence. The camera shows the two glasses at the table of the café. Total silence. The bartender collects the glasses, takes them with him behind the counter and starts to wash them at a sink hidden from camera view. He looks at one of the glasses, notices that it is stained with lipstick, and mumbles:
“tse, tse, tse, tse....”
He washes the glasses. Gets a cigarette from a pack with the visible brand of “Português Suave”, and lights it. Takes a long drag and smiles, restored. Puts the cigarette on an ashtray. Picks up the cloth and cleans the glasses up. Puts them down at the counter and reaches for a black phone. He dials a number. We can hear 3 rings. Then, someone picks up, and the bartender says:
“German embassy? Get me Herr Schmitt, of the Gestapo office; I have the most valuable information.”
The End
Ufa. Tá esgalhado o argumento, a ver se mo pagam. E, já agora, ó, tu, na sequência da conversa que tivemos no outro dia, isto é um dare, topas? Como é, vamos desestabilizar esta porra e pôr o Lado Negro in motion?
YOU HAVE BEEN DARED.
Construir o futuro
Celebra-se hoje o Dia de Portugal. Ao contrário de certa inteligentsia não tenho sobre o nosso país uma visão miserabilista. Não me revejo naqueles que por dá cá aquela palha se põem a criticar o país e a sua população, num tom geralmente pessimista, do género, “isto não vai lá”, “somos um povo assado, cozido e frito”, “ com mentalidade tacanha” e etc. Não quero dizer com isso que não tenhamos problemas civilizacionais ou outros. Um dos maiores problemas, aliás, é a tendência que demonstramos para considerar que o que é nosso é uma merda e que o que vem de fora é o supra-sumo da excelência. Paradoxalmente, aqueles de nós que vão para fora para se melhorarem são vistos com desconfiança e em muitos casos com inveja e rancor. Já assim o era no tempo dos “estrangeirados” do Marquês e continua a sê-lo, embora em menor grau, neste princípio do séc. XXI. Daí, aliás, a tão propalada “fuga de cérebros”.
É certo que há neste país uma tendência quase inata para a mediania: somos todos muito humildes e aqueles que o não são acto contínuo são catalogados de arrogantes. É pois um dos principais paradoxos nacionais: o que é de fora é melhor, quem vai para fora vem de lá arrogante e não presta. Na opinião do cronista isto radica em grande parte no putativo valor da humildade, que a meu ver pouco ou nenhuma importância possui.
Eu, por exemplo, não sou humilde. Estou-me nas tintas para a humildade, embora tente manter o espírito aberto (nem sempre com sucesso) e não me custe nada reconhecer quando laboro em erro. Esse é outro problema: convivemos mal com a crítica. Tendemos a pensar que esta é na essência algo de negativo e esquecemos que a crítica tem um valor positivo: são as críticas que nos fazem crescer. São estas que apontam as nossas lacunas e nos fazem ver onde necessitamos de melhorar. Mais uma vez, a inteligentsia nacional age em relação à crítica de forma paradoxal: aí de quem critique, e ao mesmo tempo tudo se critica, destrutivamente: os governos são uma merda, o povo um bando de incultos e o país uma choldra. Não sei sinceramente se algum dia mudará esta tendência tipicamente lusa. O que sei é que, particularmente no dia de hoje, devemos ter orgulho naquilo que somos e não o contrário. Somos nação há perto de 900 anos; temos uma tradição literária absolutamente fantástica; fomos um país que se lançou ao mar e tornou o mundo um local mais conhecido; temos do Mundo e dos outros uma visão humanista, tolerante, democrática e progressista, ao alcance apenas de meia dúzia de países. Fomos pioneiros na abolição da pena de morte, demos pintores e músicos de nomeada ao mundo; temos um riquíssimo património histórico, cultural e linguístico.
É certo, a Reforma não passou por aqui e isso está na raiz de todo o nosso atraso, quando nos comparamos aos países do Norte da Europa. Seja como for, se há coisa que considero essencial é que nos deixemos de lamechices, de críticas destrutivas, de fados, de noções perversas do que é o Respeito e de humildades provincianas que apenas nos paralisam e fazem com que não avancemos. É preciso acreditar. Portugal tem um passado e um futuro a cumprir. Este pequeno país periférico sobreviveu durante séculos às piores intempéries e a espaços soube transcender-se e tornar-se no centro do Mundo. O que nos falta resume-se a auto-confiança, no seu sentido positivo, como a definiu há tanto tempo Emerson no magistral ensaio “Self-reliance”, cuja leitura recomendo vivamente.
Deixemo-nos de tretas. Aqui há dias fui confrontado na minha actividade profissional com a tradução do inglês para o português de um prospecto de uma multinacional. Na versão inglesa a dado passo podia ler-se: “we can and we will do…” Na tradução em português o que se lia era o seguinte: “podemos e queremos fazer…” Trivial quanto seja o exemplo explica muito. Em inglês “pode-se” e “faz-se”; em português “pode-se” e “quer-se fazer”. Isto tem de acabar. Humildades de merda não nos servem. Nós não só podemos, como fazemos, sem margem para dúvidas. E o primeiro que disser que é arrogância assim pensar, faz parte de um Portugal em que não me revejo.
Isto dito,
VIVA PORTUGAL, VIVAM OS PORTUGUESES.
9.6.07
Irreversível
Irreversível? Isso é que era bom. Não há nada de irreversível na vida a não ser a morte. De resto tudo pode ser reescrito e reinventado de mil e uma maneiras. E ainda bem. Se assim não fosse o que é que andávamos a fazer por aqui? Muito bem. Nada é irreversível e como diria o bom do Schopenhauer a Vontade é a última e mais fundamental força da Natureza, ou por outra, "não ir ao teatro é como fazer a toilette sem espelho". Pois. Irreversível? Na, na, na. Está tudo na Vontade. Quanto mais ao resto, putain, la vie cet Sarajevo pendant la nuit, cet Beirut ouest pendant le jour. Vontade. Will power. Só isso conta e nada mais.
DAM.
8.6.07
Run Picasso, run
A viajar à bolina sem destino definido que não o de passar o tempo e talvez descobrir algo novo que me encante, que me faça entusiasmar, que me leve para longe duma existência que quis cínica e monótona, eis senão quando dou de costas comigo, ou melhor com uma foto das minhas costas, presa nos interstícios da rede.
O que faço eu ali? Lembro-me que foi num domingo de Janeiro passado, tinha ido comprar uma garrafa de vinho a um supermercado que fecha tarde e afadigava-me em direcção a casa, porque já era tarde e porque tinha pressa em ir abrir a garrafa. Não tenho dúvida alguma de que sou eu: recordo-me perfeitamente da situação porque me sentia um pouco envergonhado do saco de plástico onde trazia apenas o tintol, e o escondia por trás das costas, tentando passar o mais discreto possível por aquela estação de comboios onde sempre passo quando tomo o caminho de casa. Alguém me viu e me fotografou e pôs a foto na rede.
E eu, tão habituado a estas lides de fotografar sem ser visto, de espiar os outros sem me denunciar a mim próprio, de me considerar um tipo particularmente observador e com engenho para dissecar digitalmente o próximo, ao encontrar este triste testemunho da minha insignificante pessoa senti-me assim, um pouco como aquilo que realmente sou: um tipo insignificante com a mania das grandezas que leva pressa no rabo e hipocritamente esconde as suas fraquezas, não só dos outros, mas sobretudo de si próprio.
Ora, foi bom encontrar esta foto. Foi bom ver-me ao espelho no olhar de outrem. Foi bom tomar consciência do que sou e da minha arrogância hipócrita. Para a próxima não esconderei a garrafa. E, se tiver mesmo de a beber só, então que a beba sem falsos pudores ou desculpas piedosas. Bem-haja e bom fim-de-semana.
4.6.07
O contratorpedeiro
Meu caro:
É com agrado que verifico que, para além da tasca execrável onde periodicamente destilas o teu veneno, ultimamente te tens virado para outros fóruns onde não te é tão fácil manter o anonimato. Eu percebo; tens sede de notoriedade, queres ver reconhecido o teu "talento" e em virtude disso incorres em riscos cada vez maiores. Bom. Quero dizer-te o seguinte: eu não esqueci o que se passou há coisa de dois anos (não esqueço nunca, sou escorpião) e à distância tenho-me mantido informado sobre as tuas actividades. E mais: se um dia descubro a tua verdadeira identidade, podes contar com uma visita de cortesia que te garanto inesquecível; não minha, mas dos amigalhaços lá da Musgueira, que pouco ou nada gostam de blogueiros filhos da puta. Cumprimentos, continua por aí que, mais dia, menos dia, pões a patinha em ramo verde.
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