5.7.08

Pensamento do dia

O tradutor, escravo de dois amos, o autor e o público, prisioneiro dos prazos estabelecidos pelo cliente e dos formalismos linguísticos que este lhe impõe, o tradutor, refém dos seus próprios humores intelectuais variáveis, em cujo nome ninguém repara a não ser quando as coisas correm mal, o tradutor, de quem se diz não ter talento para escrever nada a não ser re-escrever na sua língua o que outros escreveram numa outra, o tradutor, esse herdeiro do legado de São Jerónimo, o tradutor pode facilmente resvalar para o abismo da mais profunda das depressões intelectuais.