6.3.08

Histórias da Matemática (I)

RH Bing era um matemático de corpo e alma. Vivia para os problemas matemáticos e, embora não fosse um eremita, quando reflectia sobre as minudências da sua paixão facilmente se esquecia de tudo o resto. Exemplo disso é um tributo da Universidade do Texas em sua memória e que relata a seguinte história:

"Numa noite negra e tempestuosa, Bing ofereceu-se para transportar de regresso a Chicago alguns matemáticos cujo avião o mau tempo impedira de levantar voo do aeroporto de Madison. A chuva fria descia torrencialmente sobre o pára-brisas do carro de Bing e gelava a estrada à medida que Bing conduzia – profundamente concentrado num teorema matemático que tentava explicar aos outros. Depressa o pára-brisas ficou embaciado com a sua energética explicação. Os passageiros também escorriam água, mas o seu suor era produto do medo. À medida que a descrição matemática se tornava mais clara, a visibilidade no automóvel diminuia. Por fim, os passageiros suspiraram de alívio quando Bing se inclinou para a frente - aparentementre com o intuito de desembaciar o vidro. Mas o alívio transformou-se em terror quando, ao invés de limpar o pára-brisas da humidade que o cobria, Bing desenhou nele uma figura com o dedo e continuou a sua demonstração – embelezando-a com setas e outros símbolos que lhe pareciam pertinentes, sem afrouxar a velocidade."