Tinha bebido imenso, bagaço, vinho tinto, aguardente velha, sentia-me perdido, contudo sabia que não iria morrer visto ter encontrado uma mulher que me agradava e me sentir consciente embora o passar do tempo tornasse cada vez mais doloroso manter os olhos abertos.
Recordei então ter pegado no Hel e com a ajuda de uma miúda levá-lo até a sua casa perdida num matagal verdejante mesmo na intersecção que dá para a serra de Sintra e agora ali estava eu, numa cama que desconhecia, lençóis de flanela, em casa do Hel, à espera talvez duma sua prima afastada, retida quando a noite não passava duma ilusão feita de sombras estranhas que me enevoavam a razão e ao mesmo tempo me faziam sentir no íntimo que aquela era uma noite de resoluções de vida e de morte, até para prima ausente - à medida que fazia o R7 do Hel galgar quilómetros a fio na auto-estrada de Cascais para o Guincho.
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