Sim, dizer-te sem mais
dizer-te do tempo e do que ficou por escrever
em prosa ou verso, pouco interessa morrer
dizer-te apenas do que ficou por ser dito
do luar e do ciúme, da mulher e do homem,
do cigarro e da chama e do lume.
Dizer-te tudo numa só palavra
que não é ou não fosse da tua lavra
Dizer-te numa canção
que ninguém te tenha trauteado
Num soneto que Camões
não te tenha patenteado
Dizer-te cantando
São três para as quatro
e o tempo passa a fugir
não te toma lastro
mulher alguma te aquece agora, é Inverno;
É o tempo de ir, buscar cerveja
ou talvez um mata moscas vareja
dizer-te sorrindo
Que sinto o fogo na madrugada negra
como Janis Joplin na fuga da puta grega
E que o tesão que esqueces que nada demora
não te tarda, não te queima mas talvez te foge...
É frio, é escuro, é mau. É doce e é Inferno.
27.12.08
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