29.9.08

Dirty deeds



Isto é o que se diz de um político que não sabe o mundo em que vivemos.

Não me faças rir que estou com cieiro



"In a situation where you have so much unrest we felt that in the interest of our clients it was absolutely necessary to restore confidence."

Filip Dierckx, novo CEO do grupo FORTIS.

27.9.08

Paul Newman



January 26, 1925 – September 26, 2008.

26.9.08

Com cicatrizes



Quero-te. E é assim que uma palavra muda o mundo tal como o conhecemos.

Põe-lhe as mãos em cima

Tu irritas-me. Irritas-me. A sério? Irritas-me. Irritas-me.

Ferpeitamente




O outro gajo diz que compreende, diz que sim e que não senhor ou que talvez; já eu não tenho nada a ver com isso. Ferpeitamente

25.9.08

Pensamento de fim de tarde




Broadly speaking, the short words are the best, and the old words best of all.

O Ferro e os cães danados

Cheguei ao bar do Ferro deviam de ser um quarto para as três e o Ferro fez de conta que não me viu, que não me conhecia e só por causa disso eu mandei foder um cliente cujos olhos me desagradavam e enfiei uma mão cheia de dedos no focinho dum tipo que conhecia de outras andanças e que sempre me tinha desagradado.

Não buliu nem tugiu, o porco, e assim ficámos: o Ferro mudo mas cheio de mãos ao balcão, o outro cliente espavorido a esfumaçar como uma criança, o sangue do porco a espichar pelo chão e eu cheio de adrenalina com cara de que matava quem quer que fosse que se atrevesse a desafiar-me ou a meter-se à frente do meu caminho e o meu caminho passava pela verdade e foi a verdade que ao escarrar para ao chão sem pruridos lhe pedi que me contasse porque estava farto de truques e de truques de magia com ou sem mãos ao balcão.

O Ferro, cheio de rouquidão, riu-se largo e longo, abriu a bocarra como se estivesse junto do meu pai, como se estivesse lá no mato em África, em Moçambique, onde nasci, algo de que ele nunca me tinha falado, jamais me dissera do capitão Braga Mello e duma Joana minha mãe, de quem eu sempre quisera ouvir dizer e por fim falou, à medida que o outro tipo se escondia, merdoso de medo, numa pronúncia que ecoava admiração e suor misturados e tempos que se lhe revolviam nas memórias, como se não soubesse do que é que eu queria que me falasse:

«Raios te partam, Jorge ou Picasso ou Lúcio ou lá como te chamas, deste cabo do nariz ao Mangas, deste cabo do Mangas, arrrumaste o Mangas!»

Este, feito parvo, ainda tentou levantar-se mas, ao pontapé, expulsei-o porta fora sem quem ninguém se atrevesse a mexer no filme e assim possesso zarpei como um doido enganado mexido mas seco até ao carro buscar um barra e acabei de lhe arrumar a fronha só para que não julgasse que estava a brincar, só para que percebesse que não estava a gozar e só para mostrar ao outro otário que se escondia atrás do cigarrro e mais de que tudo ao Ferro que só porque o Velho tinha morrido numa cama, o Velho - o nosso amigo Velho - e só porque o estúpido do Olívio se tinha feito assassinar com três balázios e mesmo que o Ferro fosse um sacana dum traidor eu estava ali - com uma barra de aço - e ninguém fazia pouco do grupo dos cães danados.

24.9.08

Pensamento da noite



The richest one percent of this country owns half our country's wealth, five trillion dollars. One third of that comes from hard work, two thirds comes from inheritance, interest on interest accumulating to widows and idiot sons and what I do, stock and real estate speculation. It's bullshit. You got ninety percent of the American public out there with little or no net worth. I create nothing. I own.

Gordon Gekko, em Wall Street.

22.9.08

Come rain or come shine




I’M A POWER LOAD, I’M A BOMB ABOUT TO EXPLODE I KNOW NO NAME I AIN’T GOT NO FAME I’M A POWER PLANT I’M A SHELL ABOUT TO IGNITE I AIN'T NO MAN FULL OF MIGHT I GOT NO TAKE ON THE NIGHT AND IF YOU’D LET ME I’D GIVE YOU THE CLAMPS AND SCREW YOU WILD AROUND THE CLOCK - TODAY AND TONIGHT.

– THERE, IT’S BEEN WRITTEN AND SAID AND UNDONE AND ALL THE REST, ALAS, ALL THE REST SLEEPS ALONE UNDER YOUR BED.


Pensamento da tarde



Armageddon appears to have been avoided but are the events of the past week to be seen as an Armistice or a plain simple truce? I’ll go for an Armistice, mindful that history tells us that not even these always hold.


Howard Wheeldon, sobre a crise que abalou os mercados financeiros.

20.9.08

The rock train is back on the move and soon in your town










Eles estão velhos, são feios e continuam pouco asseados, não tocam uma porra e o que é mais bonito é que parecem continuar a borrifar-se para tudo isso. Realmente, há coisas que nunca mudam e a julgar pela amostra o gelo continua escorregadio. AC/DC, 11 e 12 de Janeiro - Lisboa, Pavilhão Atlântico.

Ao ritmo de Gervais



Sabe bem fazer pausas aos sábados.

17.9.08

Pensamento da tarde



"True music must repeat the thought and inspirations of the people and the time. My people are Americans and my time is today.”


Assim vai o mundo



Quando uma instituição financeira privada não possui solvência (?) não há problema algum: o Estado resolve, o Estado empresta.

British banking colossus



Ghost writer and the Halifax bank



You walked side by side with me, you were the scent that intoxicated who I am, beautiful steps soiling the path, pretty smiles sailing the horizon and clearing the way to the day when your look was sound and bright and fill of such a gentle serenity as i've never been given to gaze.

Why do you look at me? This was your question mark, was it not?

Because I love you, was my full stop, without hesitation.

5.9.08

Prosa doméstica



«There are only two options when dealing with scum; the first is to shoot them merciless, and move fast; the second is to bluff your way out and also move fast.»

Tenho vivido uns belos dias ultimamente. Domésticos. Poucos ou nenhuns seres sinto em torno do espaço pelo qual caminho, à medida que se me tem vindo a aguçar na moleira a disposição para discorrer sobre as coisas mais bonitas que existem no universo, exceptuando talvez as pérolas que por vezes aqui nestoutro espaço ou casa vou segmentando ou as multas que me interpelam já de madrugada à saída do casino - isto sem mencionar sequer os classificados que me arrulham, no matutino de circunstância, soberbos, au Café Soixante-neuf, lisonjeiros e imperativos de si mesmos - quando volto para minha casa, para o meu lar.

Não é só um espaço, entenda-se, pelo menos não um espaço como se cartografa um espaço, tridimensional, físico, concreto; na verdade, não vivo numa casa.

É certo que tem mobília, trastes, tachos, panelas, estantes e verdades, mas não é uma casa – um lar – no sentido verdadeiro da palavra espaço a que chamamos nosso, porque nem sequer é uma propriedade visto não existir tal coisa a não ser nuns livros que eu nunca li.

Não, aqui neste momento apenas existe a ideia de casa, abarrotando de vácuo, tal como na peça de Bertie Brecht o sujeito abarrota de objectos até estes o submergirem da vista pública.

Eu não vivo numa casa. Habito numa base de partida, logística, de onde planeio todas as investidas multi-espaciais que cumpro nos mundos e nos tempos dos outros, nos lares deles, nas suas casas e outros espaços inventados nos tempos menos adequados, que só existem na imaginação do quotidiano bafiento no qual vivemos todos hoje em dia – menos eu - sem remissão. A não ser que, como é óbvio, alguém mais viva numa casa sem aspirador, não é? Pinto. pintinho pinte...

A minha casa é ainda um cornetim de chegada, confortável, para a qual retiro quando sinto necessidade de reagrupar os músculos com um tónico jazzístico ou meramente afastar-me do mundo, dos outros lares, das outras casas, inventadas ou não; a minha casa é o sítio de onde vos escrevo agora e não é um sítio qualquer como a língua portuguesa ou as outras que por aí fenecem ortograficamente acordadas do seu torpor por tipos como eu que não vivem no presente e que sorriem à definição de casa que nos querem construir a preço módico.

A minha casa; as minhas palavras. Ou, melhor, as nossas. Talvez mesmo até as deles, embora pessoalmente não aconselhe a que se ajuíze por aí, pelo menos não nos dias que correm. A minha casa são as que contam. As que fazem duma prosa banal no primeiro dia chuvoso de Setembro um prosa doméstica ímpar, sem rivais, fossem esse o Luís, o Juvenal ou o Fernando: em casa minha ficavam à porta, porque sim, porque quem não mata Édipo nunca teve uma casa a que pudesse chamar sua. Nunca teve um espaço onde o tempo lhe pertencesse. Nunca teve um serão assim – doméstico.

Boa noite.

Quote and photo brought to you by Shoot to kill.

3.9.08

The Robaine bloguing awards



Pois é, recebemos um «Robaine Award». É certo que já tínhamos um «Prémio tomates» um outro não sei o quê de «amizade» (o qual, diga-se em abono da verdade, fingimos não nos ter sido atribuído) bem como um mais ou menos obscuro, enviado por um quadrante norte-americano da blogoesfera; mas, nisto de prémios bloguísticos, um «prémio tomates», ou «amizade» ou «smart blog» nem de longe nem de perto se equipara a um «Robaine Award». E é assim mesmo, embrulhem, ó cépticos.

Assim sendo, apenas nos resta agradecer (como quem elogia fingindo não o fazer e o resto não se diz como quem disse que talvez até tenha dito mas não o fez), fugir às regras estabelecidas (infelizmente não possuímos de memória as url de 15 blogues, muito menos estabelecer uma hiperligação para o blogue que nos atribui o prémio - era o que mais faltava, está hiperligado desde o primeiro dia -), recomendar o dito «award» por intermédia blogger sugerido, sorrir cúmplice, e...