13.12.06
A Rosa... e o Mundo
– Vou Dar-lhe uma Rosa.
– Vais dar-lhe uma rosa? Essa agora, porquê?
– Porque ela me agrada.
– Agrada-te? E como é que sabes isso?
– Não te sei explicar. Sei que me agrada.
– Mas tu conhece-la? O que é que sabes acerca dela?
– Sei o que sei e o que sei chega para te dizer que me agrada.
– Não te percebo. Explica-me lá isso de maneira que eu entenda.
– Ela agrada-me porque sente, é esperta e gosta de criar. É bonita.
– Hmmmm... E não tens vergonha?
– Vergonha do quê?
– Ora, vergonha de lhe dares um rosa assim, aqui no meio do recreio, com os outros meninos e meninas a verem...
– Não, não tenho. O que eu tenho é medo.
– Tens medo? Tu? Do quê?
– Tenho medo de que não goste do que trago para lhe dar.
– Não tenhas medo, vai gostar, descansa.
– Achas mesmo, tens a certeza?
– Não acho, tenho mesmo a certeza. Só há uma coisa que estás a fazer mal.
– O que é? Diz-me!..
– Se ela é como eu penso que é, merece muito mais do que uma rosa. Merece mais e não é só com uma rosa que tu lhe vais agradar a ela...
– Sim. Tens toda a razão.
– E então, o que vais fazer?
– Olha, hoje vou dar-lhe uma rosa. Amanhã, se ela quiser, dou-lhe o Mundo.
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