12.1.08

Pensamento da tarde

São seis da manhã e Júlio fuma um cigarro encostado a uma das colunas da Porta de Brandemburgo. Passou as últimas horas num clube nocturno da Unter den Linden e, apesar do frio, sente-te bem, muito bem. Em Lisboa, Carlos ainda dorme. Está a ter um pesadelo: tem o rosto ancorado no meio dos seios de Marisa e estes não páram de crescer - sufocando-o. Luís, entretanto, fode com uma preta gorda que engatou no Caís do Sodré: o facto de a ter engatado e de não ter tido de pagar para a comer deixa-o cheio de tesão. No seu quarto da Almirante Reis, João acordou, mal disposto. Contudo, já se lavou e prepara-se agora para vestir o seu fato de "Mr. Nice Guy". João tem uma reunião importantíssima às oito e meia na editora e chegou à conclusão de que não se pode dar ao luxo de continuar deprimido. É uma madrugada normal - uma madrugada de terça-feira. Lá, como cá, os pássaros assobiam uma melodia melancólica - triste sem rival.