13.1.08

Pensamento da manhã

Júlio não acordou a tempo do pequeno-almoço, mas finalmente resolveu-se: vai regressar a casa. Só tem uma dúvida: aguentará o chasso até Lisboa? Pagou a conta no Hotel, passou pela Friederich Strasse, fez uma caralhada ao soldado de pacotilha de guarda ao posto de controlo obsoleto e rola agora a todo o gás em direcção ao sul: prometeu a si próprio não parar antes de Frankfurt. Em Lisboa Carlos está a ter um dia longo na repartição das finanças do Areeiro, 3º Bairro Fiscal: a sua chefe - Drª Marisa Gomes - parece ter tirado o dia para o chatear. Luís despediu-se da puta preta e gorda ainda no quarteco desta ao Cais do Sodré e também se meteu à estrada; ainda não desistiu de foder Maria, daí que, como reza o ditado, se Maomé não vai à montanha... João está deitado na cama - bêbado. A reunião não correu bem. Das 15 curtas que submetera à apreciação da editora apenas três receberam luz verde para publicação. Este semi-fracasso tem para João severas implicações económicas; o dinheiro chega-lhe à justa para pagar a renda do quarto e para 23 garrafas de vinho; o que irá comer nas próximas semanas? Não sabe. É uma tarde normal - uma tarde de segunda-feira.