Passa pouco da uma da manhã e a escuridão acaba de se abater sobre o quarto. Nenhuma luz é visível e sou incapaz de sentir algo mais que não seja o corpo dele, jovem e vigoroso, bem pertinho, à distância de um breve e rápido voo, solitário naquela cama tão grande e vazia. Esta é a terceira noite em que o visito e, durante o dia, é o calor da sua pele que habita a minha mente e alimenta o meu desejo. Não me consigo fartar dele, estou viciada! Viciada no seu corpo quente e no seu sabor. Viciada no sangue que pulsa por todo o seu corpo. Quero mordê-lo e chupá-lo até matar esta fome que me consome. Quero ficar saciada! Espreito do meu canto: o seu corpo está imóvel e a respiração repete-se lenta e pausada. Tão tranquilo! Mal sonha que em breve estarei a tocá-lo, a mordiscar aqui e ali, e que partirei, tão silenciosa como cheguei, apenas para voltar na noite seguinte e saciar a minha sede uma vez mais. Começo a percorrer o quarto e a chegar cada vez mais perto. A cada centímetro que percorro, consigo sentir o calor da sua carne cada vez mais próximo (cada vez mais inebriante!) e o êxtase percorre o meu corpo. Uma mão! Uma mão levantou-se em direcção a mim na escuridão! Todos os meus sentidos entraram em alerta máximo! Ter-me-ia detectado? Estaria ciente da minha presença? Mas, fui sempre tão carinhosa ao longo de todas estas noites, tão cuidadosa na minha aproximação silente, tão suave no toque... Sempre me esforcei para o não despertar da tranquilidade dos seus sonhos. Outra mão! Este jogo começa a ficar perigoso, mas ele é meu e nunca se conseguirá livrar de mim! Duas mãos!
PAF!
«Pronto! Está feito! Há três noites que me andas a pôr os nervos em franja! Vai zumbir e chupar sangue para o diabo que te carregue! Puta da melga!»
PAF!
«Pronto! Está feito! Há três noites que me andas a pôr os nervos em franja! Vai zumbir e chupar sangue para o diabo que te carregue! Puta da melga!»
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