3.8.07

Da blogoesfera, da filosofia e do Dedo no cu entre outras políticas



Há para aí uma moda mais ou menos recente que é a dos blogues que falam de sexo, sexo e sexo e sexo. Acho óptimo, um assunto que foi tabu durante tanto tempo nesta merda deste país deve ser exposto e estudado e partilhado o mais possível.

E no entanto…

A verdade é que, em muitos casos, o tabu, o preconceito e os medos continuam latentes, até e sobretudo nesses ditos blogues, que se querem fazer passar por liberais e esclarecidos, não o sendo minimamente. Sobretudo, quando são blogues escritos por gajos.

Aliás, nesse particular, mil vezes os blogues sobre o sexo escritos pelas mulheres... Não é à toa que assim reflicto: as mulheres foram, durante milhares de anos, espezinhadas pelos homens em todas as áreas e, muito naturalmente, fizeram das artes da cama a sua principal arma e estratégia de defesa. Ora, assim é perfeitamente natural que, em relação ao sexo, estejam milhares de anos-luz à frente do entendimento que os homens fazem da matéria.

Já os homens, mesmo quando querem dar uma de liberais, de metrossexuais, de tipos de mente sã e aberta, não conseguem escapar aos condicionalismos da espécie. Muitas vezes, os homens utilizam esses blogues como plataforma de engate ou para se vangloriarem da excelência das suas performances (o que, não sendo importante por aí além, não deixa de ser significativo…).

Mas, na verdade, isso nem sequer é um problema de relevo, de relevo mesmo é quando se trata de abordar formas e métodos, assim, vá, pronto… Um cadinho mais alternativos, quando se trata de se darem umas fodas valentes, como quando um gajo é comido por uma gaja com um strap-on, ou a versão soft da mesma coisa, que é a tipa lhe ir fodendo o cuzinho com o dedinho, enquanto o vai levando ao paraíso com uma valente mamada.


Já não é a primeira nem a segunda vez que tenho vindo a reparar que, no que toca a esses delicados assuntos, os so called sexy vanguard portuguese bloggers, muito metrossexuais, mas ao mesmo tempo muito lusitanos, como dizê-lo, a modos que… retraem-se.

E, se falam no assunto, regra geral, é para dizer que não, que isso é coisa de panasca e que eles são muito homens, muito machos, (não são panascas!) com muito cabelo no peito e com a unha do mindinho muito bem afiada.

De certo modo, fazem-me lembrar o meu avô, que Deus o tenha e que para a sua época até que era um tipo com as ideias avançadas. Entre outras, o meu avô era um firme opositor do racismo que então se praticava nas ex-colónias. O meu avó achava o racismo então vigente no nosso país e filosofado até exaustão nas ex-colónias e considerado pelas elites dirigentes como a coisa mais natural do mundo, uma verdadeira abominação.

E no entanto…

O meu avô estava a sempre a dizer: “Eu não sou racista, mas o cheiro dos pretos… As suas comidas… Eu não sou racista, mas o barulho que eles fazem… aquelas roupas esquisitas… os cheiros dos gajos… Aqueles dentes muita brancos e patibulares… Eu não sou racista.”

Meus amigos (e amigas) andar-se para aí a alardear que não se tem nada contra os pretos ou que não se tem nada contra os paneleiros são coisas extremamente similares. Afinal, de que é que os amigos têm medo?.. De pretos, ou de pretos panascas? Hã?

Bom, vamos lá a ver: eu não sou panasca, mas se fosse, e depois, qual é que era o problema? Alguma coisa contra os paneleiros? Só sei que não sou panasca porque nunca me senti atraído fisicamente por homens e nada mais do que isso.

Nunca me aconteceu.

Se algum dia me vier a acontecer, se algum dia vier a sentir atracção por um gajo e se esta for mútua e houver o tal do “click”, olha, paciência, lá terei de ir para a cama com o alvo das minhas afeições e verificar in loco se gosto ou não. (Que querem, sou um firme adepto do método científico e este, como sabem, passa pela validação das hipóteses por intermédio da experiência).

Agora, o que eu gosto mesmo, na cama, a sério e regra geral com uma mulher que ame e que me ame a mim, porque às outras só as como eu e ponto final, é de foder à grande e de à grande ser fodido.

Assim mesmo, só não experimentei strap-ons até hoje porque me parece um cadito doloroso e quem tem cu tem medo, não é verdade? Porque é que sou assim?..

Porque é bom e sabe bem e porque, do meu ponto de vista, a igualdade entre os sexos é um Valor cada vez mais na ordem do dia e pelo qual vale a pena lutar.

Passar muito bem, beijinhos e queijos a todos e… Boas experiências ;-)