23.6.06
Rise and shine
Quando tu morreres todavia estarás viva
Na minha memória e na de outros cujas vidas
Mudaste.
Quando tu morreres irei a uma tasca
Daquelas que em vida recebiam a tua
Preferência.
Pedirei dois cafés e dois cigarros [que acenderei]
E abrirei o livro na página que deixaste
Ainda ontem por ler.
E no aniversário da tua morte
Brindarei com água pura e
Dir-te-ei todas as coisas
que ficaram [por dizer]
E um dia, eu morrerei também.
E comigo todos e todas aqueles
que te amam [ou amaram] como eu.
Mas tu estarás viva e para sempre viverás.
A tua imortalidade está impressa
Nestas palavras escritas e nas que ficam
[por escrever].
Por isso, ergue-te e brilha!
Encadeia-nos com a tua humanidade
Generosa. Dá-nos o sonho do teu sorriso gentil.
E então te digo que
A tua morte é impossível.
Enquanto existires em palavras
Tu nelas viverás, enquanto existir isto
– E isto existir até ao fim do Verbo.
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