20.4.06

Amanhecer


Agora quando o gato comeu o rato e o cão fugiu assustado e ferido com o rabo entre as pernas; agora quando nada mais há a fazer e quase tudo ficou por dizer nas palavras que se partiram e cortaram a meio de um suspiro, de uma emoção abrasadora; agora, agora é tempo de despertar, passar pelo rosto um pano perfumado e agarrar com gosto o escasso futuro que resta. É tempo de regressar e de acreditar que um novo amanhecer ainda é possí­vel. É tempo de voltar a sonhar. Agora.